segunda-feira, 1 de novembro de 2010

7 BLOGS PEDAGÓGICOS (retirados da revista "Educação Infantil - nº 25")

  • MOMENTO DE ALFABETIZAÇÃO - Mantido pela professora mineira Rosemeire, inclui algumas de suas experiências em educação: projetos, fotos (ela adora fotografar suas aulas, os alunos e outros), atividades, painéis e muito mais. É um espaço bastante rico de sugestões, que educadores e demais interessados na área podem aproveitar à vontade!

  • O MUNDO MÁGICO DA EDUCAÇÃO - O endereço foi criado pela professora Dilma Costa e é dedicado a educadores em geral, que tem ali uma boa oportunidade para visualizar textos, mensagens, dicas de atividades e vídeos. Ela consegue prender a atenção dos visitantes, que podem, inclusive interagir, deixando comentários por lá.

  • A ARTE DE ENSINAR E APRENDER - Cheio de detalhes e links, o blog da professora Liliane Santos Monteiro contém diversas sugestões para ajudar os professores a enriquecerem suas aulas. Ele traz exemplos de projetos pedagógicos, atividades para colorir, datas comemorativas, dicas de artes manuais e até divertidos gifs. Vale a visita!

  • SMARTKIDS - O blog é um espaço bem dinâmico com datas comemorativas, dicas de jogos e reciclagem. Tendo como válvula propulsora contribuir para uma educação mais interativa, o endereço é mantido por Martha Bevulacqua e Edmardo Galli, que há sete anos atuam em diversos segmentos do mercado infantil, inclusive na publicação de livros.

  • EDUCA JÁ - A educadora Cybele Meyer, de Indaiatuba, interior de São Paulo, tem um endereço bem dinâmico com vídeos, entrevistas, datas de alguns cursos e muito mais. Traz ainda matérias interessantes sobre educação, projetos pedagógicos, jogos e cantigas.

  • COPIADO, NADA CRIADO - Como o próprio nome diz, o endereço tem como proposta apresentar atividades prontas tiradas de sites diversificados, para serem aproveitados nas aulas. E tem de tudo um pouco: trabalhos manuais com sucata, papéis decorados, máscaras para recortar e pintar, dicas para se fazer etiquetas e calendários.

  • 100% EDUCAÇÃO INFANTIL - O espaço mantido pela professora Grasi, que é o modo carinhoso que ela gosta de ser chamada pelos seus pequenos alunos, é cheio de cor e mimos. Nele ela divide experiências do seu dia a dia, conta histórias, dá dicas de atividades e projetos pedagógicos, apresenta vídeos e indica outros blogs bem bacanas.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A HORA DA BRINCADEIRA ENTRE PAIS E FILHOS

Criar jogos envolvendo toda a família, dedicar uma hora do dia apenas para brincar com os filhos. Não importa a estratégia, o legal é reunir todo mundo para momentos de diversão para a criança e para os adultos.

para fortalecer os laços com os filhos, os pais podem apostar nas brincadeiras em família. Existem diversos jogos em que crianças e adultos aprendem e se divertem juntos, como teatro de fantoches, massinha  de modelar, vareta ou mesmo aqueles inventados na hora. Basta usar a imaginação e incentivar o envolvimento dos pequenos.

DICAS DE JOGOS

MEMÓRIA
Clássico jogo que testa a capacidade de memorizar a posição correta das cartas repetidas. As figuras que aparecem em um dos lados das peças são as mais variadas, desde animais até personagens de desenho animado. Quanto mais rápida for a disputa, maior o desafio para o cérebro.

JOGOS DE TABULEIRO
Ao lado da família ou dos amigos, eles são sinônimo de diversão. Exigem concentração e estratégia. Alguns chegam a absorver a atenção dos participantes por horas. Entre os mais populares estão o Jogo da Vida, Banco Imobiliário, Detetive, Ludo, War. Dos mais antigos, destacam-se damas e xadrez.



CARTAS
Os baralhos são uma distração em dias de chuva ou em maratonas noturnas. É possível jogar sozinho (paciência) ou com mais participantes - canastra, pôquer, pife, rouba-monte, copas e truco são algumas opções. Com a diversidade de caartas e um pouco de imaginação, também dá para criar novas brincadeiras.



DOMINÓ
Se antes as peças eram feitas de marfim, osso ou madeira, hoje são encontradas em uma grande variedade de materiais. Em alguns casos, os tradicionais pontos coloridos da superfície das pedrinhas acabam substituídos por imagens diversas. Também podem ser usadas para montar sequencias em pé - quando uma é derrubada, as outras vão caindo.



QUEBRA-CABEÇA
Um passatempo que pode levar dias, até ser totalmente montado, dependendo do número de peças. Privilegia o raciocínio e chega a envolver uma equipe na busca por uma solução. Depois de prontos, revelam belas paisagens, personagens famosos ou figuras infantis.



A ESCOLHA CERTA PARA OS PEQUENOS

Para a gurizada, brincadeiras tê um único e importante objetivo, a diversão. Mas, por trás dos jogos com bola, do corre-corre e até mesmo do computador, estão ações fundamentais para o desenvolvimento de diferentes aptidões.
Até perto dos seis anos, correr, saltar, pular corda, jogar frescobol ou brincar com bola são algumas das atividades que ajudam a melhorar a coordenação motora. Pega-pega, cabra-cega, boliche e arremesso, por exemplo, desenvolvem o equilíbrio e a lateralidade. A criança aprende a ter noção de espaço.
A partir dos seis anos, a mesma função é desempenhada por trabalhos com massa de modelar, argila, areia e brincadeiras que despertam habilidades manuais. Pintar, recortar, colar e amassar também são importantes para desenvolver o lado artístico dos pequenos.
Já memória, quebra-cabeça, enigmas, charadas e jogos no computador são boas ferramentas para estimular o raciocínio, a atenção e a capacidade de concetração. Para a socialização da criança, o essencial são as recreações coletivas. Jogos com bola e brincadeiras como morto-vivo (em que os participantes se abaixam e se levantam de acordo com a ordem que recebem), chefe-manda, cabo de guerra e caçador são boas alternativas nesse campo.


TIPOS DE BRINQUEDOS PARA CADA FAIXA ETÁRIA


BEBÊS DE COLO E QUE ENGATINHAM
Objetos que estimulem as percepções sensoriais são os mais indicados. Os bebês aprendem com seus brinquedos noções de tamanho, forma, som e textura.

BEBÊS DE ATÉ 18 MESES
Nesta fase, é legal dar estímulo aos sentidos da visão, da audição e do tato, com chocalhos e objetos com guizo. Brinquedos flutuantes para o banho também fazem sucesso. Quando começa a engatinhar, os mais estimulantes são brinquedos de empurrar e puxar, de montar e desmontar, bonecas e bichos de pelúcia.

CRIANÇAS DE 18 A 36 MESES
Os pequenos precisam de brinquedos que ativem seus movimentos corporal, como um carrinho grande para puxar. Nesta fase, a criança aprecia móveis em escala, aparelhos domésticos e utensílios, assim como fantasias e bonecos. Interessa também instrumentos de música, além de discos e contos infantis.

PRÉ-ESCOLARES DE 3 A 6 ANOS
As crianças são hábeis nos jogos de faz de conta. Objetos que ajudem em seu mundo imaginário são importantes, como fantoches, giz de cera, bonecas e casas de boneca com móveis. Caminhões, automóveis, aviões, barcos e tratores também divertem. A primeira bicicleta com rodinhas de apoio é apropriada nesta época.

CRIANÇAS DE 6 A 9 ANOS
Jogos de tabuleiro, bolinhas de gude e brinquedos de armar colaboram no aprendizado das normas sociais. Bonecas que parecem homens e mulheres em suas profissões, assim como personagens, fazem sucesso. Para a atividade física, são apropriados patins, bicicletas, patinetes e outros artigos espotivos.

CRIANÇAS DE 9 A 12 ANOS
Começam a desenvolver habilidades específicas e dão atenção a passatempos como jogos de mágica, kitz elaborados de peças de construção, química e experimentos científicos, enigmas e quebra-cabeças. Devem ser incentivados esportes ao ar livre. Jogos eletrônicos e videogames, pingue-pongue e bilhar são muitos populares nesta idade.

ADOLESCENTES
Aos 12 anos, os interesses dos jovens começam a se mesclar com os dos adultos, como se pode ver no êxito de jogos eletrônicos e videogames, em geral, considerados para toda a família.

(Reportagem extraído do encarte das Lojas França na ZH do dia 10 de outubro de 2010)

domingo, 10 de outubro de 2010

QUAL A POSTURA DE UM PROFESSOR / EDUCADOR QUE:

APOSTA NAS CRIANÇAS:
  • cria contextos instigantes para as diversas formas de comunicação e expressão infantis;
  • estabelece um clima de confiança para que as crianças se sintam seguras e construam uma auto-imagem positiva;
  • na ação pedagógica, parte dos conhecimentos que os pequenos já possuem e propõe desafios que os façam avançar;
  • planeja atividades nas quais as crianças passam a confrontar suas hipóteses espontâneas com hipóteses e conceitos convencionais;
  • observa as crianças no uso de objetos, materiais e nas interações, auxiliando-as a superar possíveis dificuldades, a interagir mais e melhor;
  • prepara diariamente o ambiente para recebê-las, compartilhando com elas o registro da rotina para que possam se organizar no tempo e no espaço;
  • coordena roda de conversa, nas quais se privilegia a voz das crianças, para que se expressem e aprendam a ouvir umas às outras;
  • favorece atividades para a construção de conhecimentos sobre o autocuidado, o cuidado do outro e do ambiente em relação a higiene, conforto, proteção e segurança individual e coletiva;
  • organiza os registros dos percursos das crianças: pastas de desenhos, exemplo de escrita, fotografia de atividades...;
  • analisa as produções infantis sistematicamente e seleciona, com as crianças, aquelas as que desejam expor;
  • dá visibilidade, por meio de registros, para os aprendizados infantis, seus conflitos cognitivos, as soluções que encontram para resolver problemas;
  • estuda e registra sistematicamente seu trabalho (filma, grava, escreve) para analisar a prática educativa e socializá-la com os demais profissionais;
  • mantém comunicação aberta com os familiares a fim de conhecer melhor as crianças, bem como para compartilhar o dia a dia na creche;
ACREDITA QUE A CULTURA É O ALIMENTO PARA A PRÁTICA EDUCATIVA:
  • desenvolve propostas que estimulam conhecer conteúdos de diferentes áreas do conhecimento;
  • organiza situações de pesquisas e investigações que ampliam os conhecimentos e descobertas das crianças;
  • apoia a construção de cenários e ambientes para brincar, com materiais e objetos relativos aos assuntos estudados;
  • programa visitas aos recursos culturais, naturais e produtivos da região;
  • usa documentários, filmes, livros, revistas, jornais para aproximar as crianças de manifestações culturais e de regiões distantes;
  • convida profissionais, artistas plásticos, músicos etc, para que as crianças conheçam seus trabalhos;
  • organiza na sala murais ou um cantinho que são constantemente renovados com informações, objetos e materiais sobre os assuntos em estudo;
  • procura organizar, nas salas, uma caixa e/ou estante com livros, relógios, mapa múndi, calendários, etc.;
  • cuida da comunicação entre a família da criança e a creche, procurando organizar painéis expositivos fora das salas, com espaço para trabalhos das crianças e para contribuição das famílias.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

AJUDANDO COGNITIVAMENTE NOSSAS CRIANÇAS

Podemos ajudar nossos pequenos dando-lhes nosso APOIO:

1- Mostre como ter suceso: As crianças aprendem observando os outros, especialmente os pais. Seja sempre um modelo positivo e mostre a ele como enfrentar e lidar com situações difíceis, em vez de evitá-las.

2- Compreenda que ele tem um problema e que precisa de sua ajuda: Lidar com preocupações e problemas é difícil, e as crianças às vezes não sabem o que fazer ou aprendem maneiras prejudiciais de lidar com determinadas situações.

3- Seja paciente: As mudanças levam tempo, entao não espere mudanças imediatas. Seja paciente, recompense o sucesso e lembre que recaídas temporárias são comuns. Encoraje seu filho a continuar tentando e a não desistir...Um via ele conseguirá chegar lá!

4- Incentive-o a tentar: As crianças ficam presas em suas antigas maneiras de pensar e se comportar, e precisarão que você as incentive a utilizar suas novas habilidades. Elas também podem achar difícieis algumas partes do desafio.

5- Observe o que ele faz: Seu filho pode estar preso em uma armadilha negativa e ter muita dificuldade para ver as coisas positivas ou bem-sucedidas que acontecem. Observe o que o seu filho faz, como faz e o porque faz e o ajude a descorir as coisas que estão indo bem ou novas formas de fazer a mesma coisa de uma forma diferente. Ajudar seu filho a reconhecer seus sucessos fará com que ele se sinta bem consigo mesmo, mostrará a ele que está fazendo progressos e aumentará a sua confiança em tentar novamente.

6- Recompense e elogie seus esforços: Fique atento para ver quando seu filho pratica e utiliza suas novas habilidades. Cada esforço, cada gesto diferente já é um progresso para as nossas crianças. As crianças geralmente se esforçam mais quando sabem que você está interessada e vai elogiá-las.

7- Converse sobre o que ele faz: Conversar com seu filho pode ajudá-lo a se sentir apoiado e compreendido. Sua auto-estima aumenta quando ele percebe que você está interessada no que ele faz. Conversar sobre as atividades das terapias, os passeios que fizeram, as pessoas que conheceram... Enfim, desenvolver o hábito de conversar, de trocar informações e de apresentar sempre algo novo a elas.

São passos simples de serem seguidos e que nos trazem respostas às vezes lentas, mas também rápidas.

O Cognitivo nada mais é do que estimular um cérebro que está precisando de novos estímulos. Nossas crianças são espertas, vivas e inteligentes e, quanto mais estimuladas, mais rápido a reabilitação.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

APRENDIZAGEM POR PROJETOS DE TRABALHO

Os projetos de trabalho constituem um planejamento de ensino e de aprendizagem vinculado a uma concepção de escolaridade em que se dá importância não só a aquisiçãao de estratégias cognitivas de ordem superior, mas também, ao papel do estudante como responsável por sua própria aprendizagem. Significa enfrentar o planejamento e a solução de problemas reais e oferecer a possibilidade de investigar um tema partindo de um enfoque relacional que vincula idéias-chave e metodologias de diferentes disciplinas.

Os projetos apontam outra maneira de representar o conhecimento escolar, baseado na aprendizagem da interpretação da realidade, orientada para o estabelecimento de relações entre a vida dos alunos e professores e o conhecimento que as disciplinas (que nem sempre coincidem com o das disciplinas escolares) e outros saberes não disciplinares vão elaborando. Tudo isso para favorecer o desenvolvimento de estratégias de indagação. interpretação e apresentação do processo seguido ao estudar um tema ou um problema, que por sua complexidade, favorece o melhor conhecimento dos alunos e dos docentes sobre si mesmos e do mundo em que vivem. (HERNÁNDEZ, 1998)

O trabalho com projetos promove elevado nível de envolvimento do grupo / classe, na medida em que todos estão aprendendo e compartilhando o que aprendem. Ao mesmo tempo, contribui para levar em conta as diferentes possibilidades e interesses dos alunos da aula, a fim de que ninguém permaneça desconectado e de que cada um encontre um lugar para participar na aprendizagem. (ZABALA, 1998)


PROJETO DE TRABALHO É:
  • uma das formas de organização do tempo e do espaço em sala de aula;
  • uma forma de planejamento didático;
  • ter o aluno como protagonista;
  • envolver sempre uma situação-problema e um produto final;
  • naturalmente interdisciplinar, porque oportuniza o estabelecimento de relações entre as diferentes áreas do conhecimento na construção do conhecimento pessoal.
FUNÇÃO DO PROJETO:

O projeto é um espaço de interdisciplinaridade que favorece a criaçãao de estratégias de organização dos conhecimentos escolares e não escolares em relação:
  • ao tratamento da informação;
  • entre os diferentes conteúdos em torno do problema ou hipóteses que facilitam aos alunos a construção do conhecimento, a transformação da informação procedente dos diferentes saberes disciplinares em conhecimento próprio. (Hernández, 1998)

OS PROJETOS DE TRABALHO NÃO SÃO UM MÉTODO
  • O desenvolvimento de um projeto não é linear nem previsível;
  • Não existe uma sequência única e geral para todos os projetos;
  • Não pode ser repetido;
  • Não se ensina do mais fácil para o mais difícil;
  • Questiona a idéia de que se deve começar pelo mais próximo;
  • Questiona a idéia de que se deve seguir a sequência linear dos conteúdos para não criar lacunas no conhecimento;
  • Questiona a idéia de que se deve ensinar das partes para o todo, pois depois o aluno estabelecerá relações;
  • O professor também pesquisa e aprende.

CONSTRUÇÃO DO PROJETO
  • Emergência do problema;
  • Justificativa e relevância do tema - planejamento - percursos possíveis;
  • Busca de respostas em diferentes fontes;
  • Utilizar diferentes procedimentos para escolher as informações relevantes em relação ao problema - pesquisa;
  • Organizar e comunicar / socializar / publicar o conhecimento construído.
O ALUNO DEVE SER O PROTAGONISTA SEMPRE.
O PROFESSOR DEVE SER MEDIADOR E UM PROBLEMATIZADOR.


ORIGEM DOS PROJETOS:
  • Sonhos;
  • Vontades;
  • Necessidades;
  • Expectativas;
  • Relevância;
  • Interesses;
  • Experiências significativas;
  • Outras situações didáticas;
  • Projetos já trabalhados (criação de um link para um outro problema a ser estudado)
  • Projeto em andamento.


REFERÊNCIAS:




BARBIER, Jean-Marie. In: MACHADO, Nilson. Projetos e Valores. São Paulo: Escrituras, 1999

BARBOSA, Maria Carmem. In: Apresentação no Seminário Internacional “Formação de Professores”– Porto Alegre, 2006

FAGUNDEZ;SATO;MAÇADA. Aprendizes do futuro:as inovações começaram.In: Coleção para informática para a mudança na Educação. Disponível em Acessado em jan/2007

HERNÁNDEZ, Fernando. Transgressão e mudança na educação – os projetos de trabalho. Porto Alegre: Artmed, 1998.

JOLIBERT, Josette. Formando crianças leitoras. Porto Alegre: Artmed, 1994

LÜDKE, Menga. O trabalho com projetos e a avaliação na educação básica.In: JANSSEN; HOFFMANN; ESTEBAN. Práticas avaliativas e aprendizagens significativas em diferentes áreas do currículo. Porto Alegre:Mediação, 2003

ZABALA, Antoni. A prática educativa – como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998

COMO REALIZAR UM RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO

O que é um relatório de avaliação?
  • Documento que ilustra a história de vida da criança no espaço pedagógico, sua permanente interação com os vários objetos de conhecimento e com os outros;
  • Revelador de trajetórias individuais, peculiaridades, curiosidades, avanços e dificuldades, tentativas de superação, novas conquistas, respeitando as diferenças, postas em evidência, não em comparação;
  • Dinâmico, pois sua característica é um vir a ser natura da criança;
  • Revelador das intervenções do professor como mediador do processo.
O que NÃO devem ser relatório de avaliação?
  • Não devem ser instrumentos burocráticos;
  • Não devem servir para satisfazer os pais em sua necessidade de controlar o trabalho da escola com seu filho;
  • Não devem ser elaborados numa mesma sequência para todas as crianças;
  • Não devem comparar atitudes evidenciadas;
  • Não devem reproduzir fichas de comportamento;
  • Não devem ser estáticos, revelando o que a criança é ou deixa de ser.
Perguntas possíveis para um olhar avaliativo:
  • De onde a criança partiu?
  • Quais foram suas conquistas? Contextualização?
  • Que caminhos percorreu para fazer estas descobertas?
  • Quais suas perguntas, dúvidas, comentários?
  • Como reagiu diante dos conflitos emocionais ou cognitivos?
  • Qual o papel do professor nesses diferentes momentos?
  • Como as crianças se referem ao seus próprios avanços e ao trabalho que desenvolvem?
  • Como os pais se referem ao desenvolvimento da criança e ao trabalho da escola?

COMO ORGANIZAR OS MATERIAIS FEITOS PELAS CRIANÇAS?


PORTFÓLIO

Caixa ou pasta que recolhe os materiais produzidos pelas crianças através de variadas modalidades de expressão durante um período de tempo. Os materiais são periodicamente analisados com as crianças e com os pais discutindo os progressos, as áreas onde se deve trabalhar para ampliar as potencialidades das crianças e lançar novos desafios.

O portfólio é:
  • Estratégia de avaliação;
  • Reconstrução do processo de aprendizagem do aluno;
  • Conjunto de diferentes tipos de documentos elaborados e organizados pelo aluno;
  • Espaço revelador dos conhecimentos construídos pelo aluno ao longo do tempo do projeto;

Para uma leitura mais teórica:

DOCUMENTAÇÃO PEDAGÓGICA II

OBSERVAÇÃO

Através da observação, ferramenta básica neste aprendizado da construção do olhar sensível e penetrante que envolve...
... atenção e presença;
... escuta de silêncios e de ruídos;
... ouvir o que o outro fala;
... ver o aluno real;
... "estudar a si próprio, a realidade, o grupo, à luz da teoria que nos inspira" (Piaget).


REGISTRO

Para Madalena Freire o Registro é:

"Escrever compromete mais do que falar. Escrever deixa marca, registra pensamento, sonho, desejo de morte e de vida.
Escrever dá trabalho porque organiza e articula o pensamento na busca de conhecer o outro, a si , o mundo.
Ensolve, exige exercício disciplinado de persistência, resistência, insistência, na busca do texto verdadeiro...".

Escrever é refletir e não existe um modelo de reflexão.
Cada educador tem a sua marca, o seu modo de registrar
o seu pensamento.


REFLEXÃO

Instrumento dinamizador entre a prática e a teoria.

A reflexão, o registro do pensamento envolve a todos: criança, professor, orientador. Cada um no seu espaço diferenciado, pensa, escreve a prática e faz teoria, onde o registro da reflexão, concretização do pensamento, é seu principal instrumento na construção da mudança e apropriação de sua história.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

DOCUMENTAÇÃO PEDAGÓGICA - CONTEÚDO E PROCESSO

A documentação pedagógica é um instrumento vital para a criação de uma prática pedagógica reflexiva e democrática e tem um papel importante na construção dos significados dos educadores sobre sua ação docente e tomar decisões sobre o que está acontecendo. Ela se constitui em conteúdos (material) e processo (uso reflexivo deste material).

TIPOS DE DOCUMENTAÇÃO PEDAGÓGICA
  • Auto-avaliação;
  • Relatórios narrativos de acompanhamento das crianças e relatórios narrativos de estudos realizados - imagens, desenhos e textos;
  • Diário de Campo;
  • Diário de Aula;
  • Anedotários;
  • Livro da Vida ou da Memória do grupo;
  • Planilhas;
  • Entrevistas;
  • Debates ou conversas;
  • Releitura coletiva do trabalho;
  • Coleta de amostras do trabalho;
  • Fotografias;
  • Diários de aprendizagem;
  • Gravações (vídeo e som);
  • Análise individual ou em grupo dos diferentes registros;
  • Depoimentos de pais;
  • Extratos de diferentes registros;
  • Comentários dos colegas.

A DOCUMENTAÇÃO PEDAGÓGICA...

... auxilia na construção de significados coletivos;
... torna o trabalho pedagógico visível e tema para debate democrático;
... pretende entender o que está acontecendo no trabalho pedagógico e o que a criança é capaz de fazer sem qualquer estrutura pré determinada de expectativas e normas;
... precisa ser co-construída com o grupo de alunos;
... cria um espaço de interlocução com as famílias sobre a criança, seu desenvolvimento e suas aprendizagens;
... sempre nos diz algo sobre como construímos a criança e nós mesmos como pedagogos, por isso ela estará aberta a discussão e a mudança.

AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

O significado que damos à avaliação está vinculado às nossas concepções, de educação infantil, de teorias de desenvolvimento e de abordagens do processo educativo que delas se originam.

CONCEPÇÃO COMPORTAMENTALISTA
  • Aluno sujeito passivo;
  • Professor centro do processo - atividades planejadas pelo professor como ponto de partida e de chegada para a aprendizagem da criança.
AVALIAÇÃO
  • Constatação e registro dos resultados alcançados pelas crianças, a partir das ações dirigidas pelo professor - comportamentos ou capacidades finais (produto);
  • Listagem de comportamentos uniformes, padronizados (não à diversidade) - comparação / classificação;
  • Observação do desenvolvimento da criança fragmentado em áreas: cognitivo / afetivo / psicomotor (fichas de avaliação / pareceres descritivos);
  • Função compensatória da avaliação - prepara para a 1ª série.


CONCEPÇÃO CONSTRUTIVISTA

  • Aluno sujeito ativo que constrói o conhecimento na interação com o objeto do conhecimento;

  • Ponto de partida não é a atividade planejada pelo professor mas a ação da criança sobre ela - a partir da observação e reflexão das suas reações, tentativas, limites e possibilidades, a professora planeja a ação pedagógica, problematizando a ação conhecedora de seus alunos.


CONCEPÇÃO SOCIOINTERACIONISTA

  • Aluno sujeito que constrói o conhecimento através da interação com os outros;

  • A criança transforma as informações que recebe de acordo com as informações e conhecimentos por ela já adquiridos em situações vividas com os outros parceiros - importância das pistas do professor / grupo.


AVALIAÇÃO MEDIADORA

Assumir tais concepções - construtivista e/ou sociointeracionista - implica o abandono da postura de avaliação direcionada para a constatação e registro dos resultados alcançados pela criança, representado por listagens de comportamentos uniformes, padronizados, a partir das ações dirigidas pelo professor.

A ênfase passa a ser a busca de enstratégias para medir a ação da criança, favorecendo-lhe desafios, tempo, espaço e segurança em suas experiências.


PRINCÍPIOS PARA UMA AVALIAÇÃO MEDIADORA

  • Democratizar e criar espaços de participação;

  • Avaliar cotidianamente e não apenas em situações formais;

  • Avaliar todo o processo e não apenas o produto final;

  • Alterar a postura frente ao erro;

  • Trabalhar coletivamente a avaliação (pontos de vista);

  • Utilizar diferentes instrumentos para construir o olhar sobre o desenvolvimento e aprendizagem das crianças;

  • Respeitar o princípio de atenção à diversidade;

  • Verificar os esquemas cognitivos, sentimentos, interesses, predisposições, habilidades e as capacidades das crianças;

  • Centrar naquilo que as crianças são capazes e não no que lhes falta.

CARACTERÍSTICAS DA AVALIAÇÃO MEDIADORA

  • Espontânea (sem ser espontaneista);

  • Provocativa;

  • Desafiadora;

  • Questionadora;

  • Problematizadora;

  • Respeitadora.
O professor investigador é aquele que amplia o seu olhar e que cria contextos da aprendizagem para todos e para cada aluno.

Para Jussara Hoffmann, o professor torna-se investigador da história e das conquistas de cada criança e promovedor de um ambiente de confiança onde cada um de seus passos, avanços e dificuldades são observados, valorizados e repercutem em ações educativas desencadeadoras de novos conhecimentos.


AVALIAÇÃO MEDIADORA E PLANEJAMENTO

Um processo avaliativo mediador, baseado na investigação do cotidiano, não entra em sintonia com...

  • um planejamento rígido, com atividades elaboradas pelo professor, com rotinas inflexíveis, temas previamente definidos, sem levar em conta os conhecimentos prévios das crianças;

  • um planejamento com uma postura espontaneista, de improvisação, onde as atividades tem um fim em si mesma.
Para Madalena Freire, o planejamento nasce da avaliação. Pensa-se o passado e o futuro para a construção do presente.

ESTAS DUAS POSTURAS SÃO REFLEXO DE TRADIÇÕES AVALIATIVAS
NA EDUCAÇÃO INFANTIL


terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

6 ANOS

  • Perde os dentes de leite e o ar de bebê;
  • A visão binocular torna-se normal (antes não possuía condições de focalizar a vista para longe e perto rapidamente);
  • Demonstra maior desenvolvimento motor e acuidade auditiva;
  • Apresenta melhor coordenação dos músculos menores;
  • Possui grande habilidade para pintar, desenhar, modelar e seus trabalhos são realizados com maior observação e cuidado;
  • É muito ativa e está sempre pronta a adquirir novas experiências: cava, trepa, luta e constrói constantemente;
  • Meninos e meninas brincam juntos, mas já começa a ter interesses diferentes: os meninso gostam de arrastar coisas em carros, misturar terra e água, jogar futebol, lutar. As meninas preferem brincar com bonecas, pular amarelinha, brincar de roda;
  • Despende grande energia, mas quase não sente cansaço;
  • Gosta de brinquedos mecânicos e de armar;
  • Preocupa-se com cuidados pessoais: meninos e meninas ficam muito tempo penteando-se, gostam de perfume etc;
  • Já possui muita habilidade para compreender e utilizar a linguagem: gosta de usar palavras novas, mesmo as que não compreende bem;
  • Já é capaz de ouvir com atenção e de esperar sua vez de falar;
  • Tem boa capacidade de argumentação;
  • Relata bem suas experiências e conta história;
  • Concentra-se por tempo mais longo em atividades livres;
  • Desenha, relacionando diversos objetos em cena única e critica seus trabalhos, às vezes inutizando-os;
  • Tem muita imaginação, mas já sabe diferenciar o real da fantasia;
  • É interessada pelos fenômenos da natureza, objetos, notícias atuais (guerra, eleições);
  • Começa a conhecer o valor do dinheiro;
  • Interessa-se pelo tempo: quer saber os dias da semana, tem noção do que significa ontem, hoje e amanhã, mas atrapalha-se com períodos maiores de tempo;
  • É capaz de transmitir recados;
  • Gosta de organizar grupos, estipulando regras;
  • Já tem hábitos de ordem e higiene formados;
  • Organiza-se em grupos cada vez maiores (aproximadamente sete colegas);
  • Os conflitos sãao raros; usa táticas verbais: "é a minha vez", "eu vi primeiro";
  • Precisa da aceitação e da aprovação do grupo;
  • É crítica, mas tem muito senso de humor;
  • Sente-se superior às crianças mais novas;
  • Aumenta sua curiosidade sobre sexo: casamento, gravidez, nascimento;
  • Aprende que há hora apropriada para cada coisa;
  • Fica triste quando é reprovada pelo adulto, mas já pode compreender quando seu comportamento é prejudicial ou inadequado;
  • Tem grande noção de seus direitos e ressente-se de injustiças;
  • Revela amadurecimento completo para a concretização da aprendizagem da leitura e da escrita;
  • É capaz de seguir ordens mais complexas, que incluam a memorização de detalhes em sequência.

5 ANOS

  • Já controla bem melhor sua emoções. É mais contida;
  • À medida que a noção de tempo vai se organizando, vai adquirindo a capacidade de espera;
  • É capaz de decorar canções e repetir grandes trechos das histórias;
  • Nas atividades corporais, age com maior desenvoltura e equilíbrio;
  • Pula bem corda e arco;
  • Equilibra-se em um pé só por alguns segundos;
  • Há o progresso da coordenação motora fina: enfia contas, manuseia ferramentas etc;
  • Ao fazer sua higiene pessoal, escova os dentes e lava-se sem precisar de tanta supervisão;
  • Segura o lápis com mais segurança;
  • Desenha uma figura humana reconhecível, com diferenciação de partes do corpo;
  • Seu desenho é realista e objetivo;
  • Já é capaz de recompor o retângulo com as duas metades de um cartão cortado na diagonal;
  • Preocupa-se em terminar o que começou;
  • Na conversação, conclui o pensamento que iniciou e revela autocrítica;
  • Já conta até dez objetos e faz somas simples dentro desse limite;
  • É ansiosa por conhecer realidades;
  • Já tem ouvido e olho para detalhes;
  • Prefere brincar em grupo;
  • Gosta de construções de casas, garagens, cidades, de fantasiar-se e dramatizar;
  • Começam as diferenças de interesses entre meninos e meninas;
  • Curiosidade pelas diferenças de sexos;
  • Começa a compreender os diferentes papéis que cada sexo desempenha na vida;
  • Possui mais segurança, mais confiança nos outros, mais aceitação das regras sociais, seriedade, persistência, sociabilidade, controle emocional;
  • O grafismo alcança a cena já organizada em conjunto único, o que prova o nível de organização do pensamento e a orientação espacial já estabelecida;
  • Já lida com três atributos simultaneamente, o que significa lidar com abstrações extraídas do material concreto;
  • Ainda está descobrindo as diferenças entre realidade e fantasia;
  • Chega à média de 2.200 palavras;
  • A coordenação olho-mão não é ainda absolutamente perfeita;
  • Começa a compreensão de como uma coisa pode levar à outra, isto é, de causa e efeito, de como as partes podem adaptar-se para formar uma totalidade e da lógica das normas;
  • Já tem a noção de certo e errado;
  • Preocupa-se muito em estabelecer padrões internos de certo e errado;
  • Desenvolvimento da compreesão e poder de raciocínio;
  • Período de grande crescimento longitudinal, que varia de acordo com os antecedentes biológicos;
  • É ágil e possui bom controle muscular;
  • Anda, corre e pula com firmeza;
  • Desenha com segurança; tem bom domínio muscular no manejo de ferramentas simples e em atividades tais como jogos de encaixe e recortes;
  • Aumenta consideravelmente o período de tempo em que é capaz de concentrar-se;
  • Tudo investiga e verifica, formando os próprios conceitos;
  • Tem boa memória;
  • Planeja o que vai desenhar e critica o resultado de seu trabalho;
  • É sensível a certas situações sociais; manifesta mais claramente ansiedades e temores;
  • Identidade firmemente estabelecida (a base do caráter e da personalidade já está assentada);
  • Suas brincadeiras são mais organizadas;
  • Grande parte dos ensinamentos que recebe ocorre sob a forma de jogos, mas isso não pode substituir as brincadeiras;
  • Equilíbrio entre educação e brincadeira é o aspecto crucial dos 5 anos;
  • As atitudes adquiridas em relação à aprendizagem terão efeitos duradouros.

4 ANOS

  • Atingiu a idade para iniciar suas experiências de vida social e grupal;
  • Combinação de independência e sociabilidade;
  • Mostra-se ativa e muito questionadora;
  • Já não procura tanto a proteção do adulto;
  • Há maior interesse pelas atividades que executa;
  • Há intenso prazer na atividade lúdica;
  • Começam as atividades em grupo, preferindo grupos de dias ou três crianças;
  • Já consegue emprestar os seus brinquedos;
  • Ainda é presa a muitos medos: de escuro, de cão etc;
  • Já se veste quase sozinha;
  • Precisa de um pouco de ajuda para abotoar ou dar laços;
  • Sabe usar os sanitários com asseio;
  • Gosta de tomar banho com outras crianças para satisfazer curiosidades que começam a surgir;
  • Chega à média de 1.500 palavras;
  • Já é capaz de pular, mas ainda não pode fazê-lo em sequência, como pular corda;
  • Tem bom equilíbrio;
  • Sente prazer em vencer dificuldades e obstáculos;
  • Maior independência da musculatura das pernas;
  • Pernas, tronco e braços reagem menos em uníssono;
  • Tem coordenação motora mais fina (já consegue enfiar uma agulha de trico em um orifício pequeno);
  • Seus gestos são mais refinados e preciosos;
  • Em seus desenhos já presta atenção a um detalhe isolado;
  • Consegue copiar um quadrado e um círculo, traçar uma cruz;
  • A figura humana consiste de cabeça e dois apêndices e, possivelmente, de dois olhos (raramente as crianças fazem o tronco antes de 5 anos);
  • Há compreensão dos significados de dia e noite, porém é difícil calcular a duração de cada período;
  • Suas idéias estão muito relacionadas com os objetos reais que ela pode ver e tocar.
  • É capaz de encarregar-se de recados simples;
  • Recorta com tesoura, cola e colore, constrói casas com blocos de armar, desenha retratos quase reconhecíveis de pessoas, pode separar core, modelos e tamanhos;
  • Tenta explicar o que não compreende pela magia;
  • À medida que o pensamento se organiza, irá construir cenas (as figuras ainda são isoladas e soltas no espaço, não havendo traço de união ou relação entre elas);
  • Começa a demonstrar possibilidade de reconhecer quantidades pequens (até cinco elementos);
  • Aprecia histórias mais longas, revelando maior preferência pelas de vida real e bichinhos humanizados;
  • Reconhece os nomes dos coleguinhas e nomes de propaganda (Coca-cola, Itaú);
  • Trabalha facilmente com dois atributos simultaneamente;
  • Brincar, características mais típica dessa idade. Apego ao próprio mundo da fantasia;
  • Mostra-se interessada em aprender o que é real em seu mundo e separá-lo do mundo do faz-de-conta da sua imaginação. Suas brincadeiras refletem o modo como ela oscila entre os dois mundos e também a ajudam a compreender a diferença entre eles;
  • Nem sempre os brinquedos preferidos são cópias fiéis de objetos reais, mas sim materiais quaisquer.

3 ANOS

  • É um ser independente em suas relações com o ambiente;
  • Começa a usar o pronome na primeira pessoa ("eu quero");
  • Começa a dissimular, isto é, já é capaz de mascarar suas intenções para obter alguma vantagem;
  • Seu pensamento já estabelece relações e vínculos com experiências anteriores;
  • Gosta muito de atividades motoras;
  • Já se interessa por jogos de armar, de encaixes de formas simples (quadrado, triângulo e círculo) e tem persistência para resolvê-los;
  • Tem bom equilíbrio e progride muito quanto à coordenação motora;
  • Tem senso de ordem - geralmente arranja os blocos em fila, como um trem, ou em quadrados, como casas em disposição simétrica;
  • Ainda não discrimina bem a maioria das cores, mas tem bom sentido de forma;
  • Expressa-se com sentenças completas - três ou quatros palavras;
  • Começa a usar palavras de maneira adulta;
  • Suas explosões emocionais são geralmente breves, mas pode sentir prolongada ansiedade e ciúmes intensos;
  • Sua brincadeira é ainda solitária. É realizada ao lado, paralelamente, mas não com as outras crianças;
  • Já começa a entender o que significa "esperar a sua vez";
  • Continua aprendendo a coordenar os músculos maiores por meio de atividades repetidas;
  • Sobes escadas sem ajuda, alternando os pés;
  • No desenho, encontra-se na fase da rabiscação celular (começam a aparecer as primeiras formas circulares, ainda sem intenção definida);
  • No desenho, seus traços começam a ser controlados, menos confusos e menos repetitivos;
  • Pode ter controle da bexiga durante o dia;
  • Gosta de inventar nomes para pessoas e objetos;
  • Fala sozinha, praticando a linguagem e dando forma à imaginação;
  • Aparecem as dificuldades para a alimentação e para o sono;
  • Aparecem sentimentos de medo;
  • Através da comparação, a criança começa a perceber as diferenças entre muito e pouco; igual, maior e menor; mais e menos; grande e pequeno; fino e grosso; alto e baixo; gordo e magro; em cima e embaixo;
  • Todas as atividades oferecidas devem levar ao uso do próprio corpo para proporcionar os necessários estímulos a descobertas das noções sobre ele mesmo, bem como sua localização no espaço (orientação espacial). As atividades podem ser: escorregar e balançar ou brincadeiras de pulos, saltos, danças e correrias;
  • Brinquedos e materiais devem favorecer toda a sorte de experiências visuais, táteis, olfativas etc..., através da manipulação de objetos: desenho, recorte, colagem, pintura e dramatização.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

CARACTERÍSTICAS GERAIS DE CRIANÇAS DE 2 ANOS

  • Na habilidade manipulativa são observados progressos;
  • Sobe escadas colocando os dois pés em cada degrau;
  • Participa do ato de despir-se e descalçar-se;
  • Rabisca numa folha grande de papel (rabiscação contínua em várias direções);
  • Encaixa cubos de diferentes dimensões;
  • Identifica algumas cores, embora não cite ainda seus nomes;
  • Conta por imitação e memorização, sem que isto signifique compreensão da quantidade;
  • Reconhece pessoas ou objetos vistos cerca de dois meses antes;
  • Forma frase com duas ou três palavras, apresentando grande aumento de vocabulário;
  • Reconhece expressões fisionômicas;
  • Reconhece a mãe em fotografias;
  • É negativista (gosta de "ser do contra", recusar, protestar);
  • Começa a procurar um companheiro para brincar (a convivência com estranhos é útil para seu desenvolvimento socioemocional);
  • Já se interessa por ouvir algumas histórias de livros ilustrados que lhe permitem explorar um mundo maior através do faz-de-conta e da fantasia;
  • O controle dos esfíncteres é gradativamente alcançado;
  • Presença do monólogo infantil em que a criança faz representações combinando as ações com as palavras;
  • Ocorre a imitação dos pais, mostrando isso em brincadeiras caracterizadas pela imaginação;
  • Gasta grande parte do seu tempo fazendo tentativas obstinadas de independência (quer "descobrir" as coisas por conta própria);
  • Rebeldia e tirania - é incontrolável e impulsiva;
  • Suas afeições e ciúmes centralizam-se na família;
  • Desenvolvimento rápido (em todos os sentidos);
  • Absorve muita coisa olhando e imitando, por meio de atividades e das próprias vivências;
  • Ocorre nessa fase o período de maior desafio - período de afirmação, de independência como maior descoberta.

Fonte: Caderno de Orientações - Anual - 2004 - do Colégio Objetivo (Educação Infantil)

domingo, 14 de fevereiro de 2010

AO CONTRÁRIO, AS CEM EXISTEM - Loris Mlaguzzi

"A criança
é feita de cem.
A criança tem
cem mãos
cem pensamentos
cem modos de pensar
de jogar e de falar.
Cem sempre cem
modos de escutar
as maravilhas de amar.
Cem alegrias
para cantar e compreender.
Cem mundos
para descobrir.
Cem mundos
para inventar.
Cem mundos
para sonhar.
A criança tem
cem linguagens
(e depois cem cem cem)
mas roubaram-lhe noventa e nove.
A escola e a cultura
lhe separaram a cabeça do corpo.
Dizem-lhe:
de pensar sem as mãos
de fazer sem a cabeça
de escutar e de não falar
de compreender sem alegrias
de amar e maravilhar-se
só na Páscoa e no Natal.
Dizem-lhe:
De descobrir o mundo que já existe
e de cem
roubaram-lhe noventa e nove.
Dizem-lhe:
que o jogo e o trabalho
a realidade e a fantasia
a ciência e a imaginação
o céu e a terra
a razão e o sonho
são coisas
que não estão juntas.

Dizem-lhe:
que as cem não existem
A criança diz:
ao contrário, as cem existem".

O QUE SE PRETENDE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

A prática da Educação Infantil deve se organizar de modo que as crianças desenvolvam as seguintes capacidades:
  • desenvolver uma imagem positiva de si, atuando de forma cada vez mais independente, com confiança em suas capacidades e percepção de suas limitações;
  • descobrir e conhecer progressivamente o próprio corpo, suas potencialidades e seus limites, desenvolvendo e valorizando hábitos de cuidado com a própria saúde e bem-estar;
  • estabelecer vínculos afetivos e de troca com adultos e crianças, fortalecendo a auto-estima e ampliando gradativamente suas possibilidades de comunicação e interação social;
  • estabelecer e ampliar cada vez mais as relações sociais, aprendendo aos poucos a articular seus interesses e pontos de vista com os demais, respeitando a diversidade e desenvolvendo atitudes de ajuda e colaboração;
  • observar e explorar o ambiente com atitude de curiosidade, percebendo-se cada vez mais como integrantes, dependentes e agentes transformadores do meio ambiente e valorizando atitudes que contribuam para sua conservação;
  • brincar, expressando emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades;
  • utilizar as diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral e escrita) ajustadas às diferentes intenções e situações de comunicação, de forma a compreenderem e serem compreendidas; expressar suas idéias, sentimentos, necessidades e desejos e avançar no seu processo de construção de significados, enriquecendo cada vez mais sua capacidade expressiva;
  • conhecer algumas manifestações culturais, demonstrando atitudes de interesse, respeito e participação frente a elas e valorizando a diversidade.

O ATO DE APRENDER

  • O ato de aprender sempre pressupõe uma relação com outra pessoa - a que ensina - o professor.
  • Aprender sempre é aprender com alguém.
  • O valor da relação entre um professor e seu aluno, não está na informação que é transmitida de um para outro, mas sim nas relações afetivas estabelecidas entre eles (TRANSFERÊNCIA).
No decorrer do período de latência (6 a 12 anos), são os professores e geralmente as pessoas que têm a tarefa de educar que tomarão para a criança o lugar dos pais (cuidadores), e que herdarão os sentimentos que a criança dirigia a este último. Os educadores, investidos da relação afetiva primitivamente dirigida ao cuidador, se beneficiarão da influência que esse último exercia sobre a criança positiva ou netaviva.

A CRIANÇA E O APEGO

Só existe comportamento de apego quando se verifica que além de reconhecer a mãe o bebê comporta-se de modo a manter proximidade com ela.

  • PRIMEIRO ANO = bebê protesta quando é posto no berço e, mais tarde, ao notar que a mãe desapareceu de sua vista. Existem bebês que, quando a mãe sai, estão absortos em alguma outra atividade, mas quando notam a ausência protestam também. Isso leva o bebê a ficar profundamente atento ao paradeiro da mãe, vigiando-a ou, se ela estiver longe da vista, escutando o som de seus movimentos.
  • 11 OU 12 MESES = torna-se apto, ao notar o comportamento da mãe, a prever a partida iminente dela e começar a protestar antes que ela saia. Sabendo que isso acontecerá, muitos pais escondem os preparativos de saída, para evitar protestos.
  • APÓS OS 3 ANOS = a criança torna-se cada vez mais apta a sentir-se segura num lugar estranho com figuras subordinadas de apego = familiar, professora.
  • APÓS OS 4 ANOS (ao longo dos primeiros anos escolares) = quando saem em passeios de mãos com os pais, quando sentem-se magoados por outras crianças buscam os pais ou substitutos. Durante toda latência o comportamento de apego continua sendo um traço dominante na sua vida.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

LATÊNCIA

Período que vai do declínio da sexualidade infantil (5/6 anos) até o início da puberdade, e que marca uma pausa na evolução da sexualidade.

Nesta fase surgem forças psíquicas contrárias que visam suprimir as sensações de desprazer: repugnância, pudor, vergonha, exigências morais. É uma fase de notáveis mudanças psicológicas e sociais com intensa atividade e gasto de energia.
A maneira como se instituiu e se desenvolveu o processo de latência dirá dos processos da puberdade e adolescência.


PUBERDADE


  • É "preparada" nas etapas anteriores da vida e ocorre de maneira natural quando os aparatos estão prontos para enfrentá-la (maturação);
  • Processo de inúmeras transformações físicas e psíquicas;
  • É dolorido, angustiante, difícil, levando a sentimentos de estranheza, solidão, desamparo, desencanto e ansiedades confusionais;
  • Há uma desilusão com relação ao modelo de mundo experimentado na infância e, simultaneamente, uma busca por se realizar e se encontrar.
COMO É A PUBERDADE HOJE?
  • Meninas: as brincadeiras cada vez mais cedo são substituídas por maquiagens, roupas de adolescentes, festas e interesse pelos meninos;
  • Infância encurtou e adolescência se prolongou;
  • Afrouxamento de regras, valores e limites;
  • Adiantamento da idade da menarca (primeira mestruação) em 4 meses/década;
  • Adiantamento da pré-adolescência;
CAUSAS
  • Precocidade nos diferentes aspectos sociais e cognitivos;
  • Forte apelo sexual nos meios de comunicação;
  • Falta de limites claros estabelecidos pelos pais;
  • Delegação da educação para a escola;
  • Marketing (idade que determina o consumo);
  • Convivência e participação na vida dos pais;
  • Indiferenciação de papeis;
  • Acessos irrestritos e ilimitados à TV e Internet - assuntos às vezes acima da capacidade de compreensão cognitiva e emocional;
  • Ambientes familiares permissivos / abandonantes;
  • Preferência por companhias virtuais;
  • Mudanças na família e substituição das funções maternas/paternas;
  • Escolas: novas configurações sociais, cultura da imagem, possibilidades de viver inúmeras experiências indiscriminadamente;
  • Terceirização da Educação;
  • Avanços tecnológicos = velocidade, atendimento sistemático das necessidades imediatas da criança e o desenvolvimento da cultura do prazer - gerando não tolerância à frustração;
  • Fenômeno da juvenilização.
CONSEQUÊNCIAS
  • Pais querendo colocar os filhos na 1ª série prematuramente, o que reverte em problemas emocionais importantes pos etapas são "puladas";
  • Transtornos de aprendizagem, TDAH, transtornos de personalidade, etc;
  • Pais preocupados mas sem saber como agir (proliferação de livros de auto ajuda e programas do tipo Supernanny).
CONCLUSÕES
  • Crianças pressionadas a se "apressarem";
  • Estereotipização de condutas e costumes = pseudo-adultez;
  • Dificuldades nos processos simbólicos;
  • Elevado nível de ansiedade infantil;
  • Poucas brincadeiras;
  • Excessiva preocupação de pais com o sucesso dos filhos - o brincar é preenchido com atividades que preparem para o futuro profissional;
  • Pais cada vez com menos tempos para ouvirem as necessidades reais de seus filhos.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

TEORIAS EVOLUTIVAS (PRÉ-ESCOLA)

  • Para Freud o comportamento é governado por processos conscientes e inconscientes, sendo que o mais elementar deles é a pulsão sexual intintiva e inconsciente, chamada de libido.
  • A libido já está presente ao nascimento e nos acompanha ao longo de toda vida.
  • A personalidade possui uma estrutura dividida em:
    • ID = onde a libido está concentrada;
    • EGO = elemento consciente e executor (se desenvolve dos 2 aos 5 anos);
    • SUPEREGO = instância moral que incorpora as normas e limites da família e da cultura (inicia o seu desenvolvimento um pouco antes da idade escolar).
  • A criança em idade pré-escolar está no estágio fálico (representação do órgão sexual), ou seja a concentração da libido se localiza na região genital, fazendo com que menino e meninas, com toda a naturalidade, iniciem a masturbação.

FREUD E O COMPLEXO DE ÉDIPO

  • É o conjunto de defesas inconscientes que a criança em sua fase fálica desenvolve pela figura parental do sexo oposto.
  • Entre os 3 e os 5 anos, a criança encontra-se em uma relaçãao triangular com os pais, percebendo pela primeira vez que eles têm uma relação a dois, da qual éstá excluída.
  • O menino manifesta um apego excessivo à mãe, passando a ver o pai como um rival.
    • PAI = figura poderosa e ameaçadora. Poder de castração (reprimir ou anular os desejos);
                              Interioriza o poder do pai, seus valores e julgamentos morais. Base para a formação do seu superego.
  • A menina precisa manter uma relação com a mãe, ao mesmo tempo em que compete e se identifica com ela. Ocorre a complexidade das tarefas psicológicas que possui duas fases:
    • 1ª) Em torno dos dois anos e meio aos três anos: é semelhante à do menino, a mãe é o objeto da relação fálica-edípica, e o pai, seu rival/amado.
    • 2ª) Em torno dos 3 anos e meio a 4 anos: o desenvolvimento normal da menina é transferir sua energia e interesse da mãe para o pai.
  • A não resolução desta fase pode levar a fixação ao estado fálico-edípico, causando sintomas mais tarde como histeria e fobias.
  • Para Freud, o menino possui uma natureza bissexual, podendo assim, se comportar com uma atitude feminina e afetiva em relações ao pai e uma correspondente inveja e hostilidade em relação a mãe.

ERICKSON E A INICIATIVA x CULPA

  • Considera que cada estágio do desenvolvimento humano está ligado a uma determinada tarefa social e chamou esses estágios de "psicossociais".
  • O estágio "iniciativa X culpa" é caracterizado pela aquisição de novas habilidades ou capacidades, já que aos 4 anos é capaz de planejar, tomar iniciativas na busca de determinadas metas e ter um domínio maior da linguagem.
  • Alguma culpa é necessáriaa, pois sem ela não haveria consciência ou autocontrole. A culpa em demasia é capaz de inibir a criatividade da criança e suas livres interações com os outros.
  • A chave para uma evolução adequada nesse período está no equilíbrio entre as habilidades e as necessidades emergentes da criança e a capacidade dos pais de protegê-la e de ter controle sobre seu comportamento.

IDENTIDADE DE GÊNERO

  • Para Freud, o desenvolvimento psicológico é o mesmo para ambos os sexos até a fase fálica, quando ocorre a descoberta das diferenças anatômicas pela criança.
  • O conceito de identidade de gênero refere-se a uma configuração psicológica que combina e integra a identidade pessoal e o sexo biológico.
  • A identidade de gênero tem sido definida como a capacidade da criança reconhecer que é membro de um sexo e não de outro.
  • Para Stoller essa consciência é consolidada em torno dos 3 e 4 anos.

O DESENHO DA CRIANÇA PRÉ-ESCOLAR

A FIGURA HUMANA


  • Na transição entre a fase anal e o início da fase pré-escolar, a criança desenha o corpo como um grande saco que contém órgãos soltos dentro do continente que a pele representa.
  • A partir dessa época, o desenho humano começa a ser mais completo com cabeça e olhos, sem outras estruturas faciais.
  • Aos 4 anos, a metade das crianças desenha pernas e pés.
  • Aos 5 anos, inicia o desenho com algum planejamento em mente, e o resultado geralmente é reconhecível.
  • Ao final da fase, espera-se que desenhe uma figura humana completa, o que significa que já apresenta uma melhor noção do se próprio corpo.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DA CRIANÇA PRÉ-ESCOLAR

  • Encontra-se no estágio pré-operacional.
  • Utiliza plenamente a capacidade simbólica. Distingue a imagem daquilo que ela significa.
  • Período de transição entre uma inteligência sem linguagens e conceitos (sensório-motor) e a inteligência representativa (operações concretas e formais).
  • Não segue um raciocínio lógico e não compreende conceitos abstratos.
  • A atenção não contempla dois objetos de uma só vez: centralização.
  • O pensamento pré-operacional é estático: capta estados momentâneos sem juntá-los em um todo.
  • A noção de tempo está relacionada as atividades diárias, não há compreensão de horas ou minutos.
  • Pode culpar-se por conflitos familiares ou por outros eventos completamente fora do seu alcance.
  • Não é capaz de estabelecer fronteiras entre os seus pensamentos e os pensamentos alheios.
  • O animismo consiste em crer que todas as coisas são vivas.
  • Aprende que a linguagem eficaz é imprescindível para o trato social e que seus conceitos não são comuns a todas as pessoas.

LINGUAGEM DO PRÉ-ESCOLAR



  • A criança só falará e entenderá aquelas linguagem a qual for exposta.

  • Forte participação dos mecanismos biológicos e sociais.

  • Todas as crianças seguem a mesma sequência de desenvolvimento.

  • Erros na articulação das palavras não devem ser incentivados, pois isso pode causar uma infantilização.

MOTRICIDADE DA CRIANÇA PRÉ-ESCOLAR


  • O desenvolvimento motor é um processo contínuo e pode ser categorizado como o desenvolvimento da locomoção, da postura e da preensão. A velocidade desse desenvolvimento varia de criança para criança. Pouco estímulo retarda o desenvolvimento e muito estímulo NÃO acelera o desenvolvimento.
  • O refinamento das capacidades motoras, depende, em grande parte, do desenvolvimento do músculos e dos tratos neurais.
  • Outros fatores que auxiliam o desenvolvimento são:
    • A inteligência inata (maior a inteligência, mais rápido ocorre o desenvolvimento);
    • Padrões familiares (atraso na fala e no controle dos esfíncteres);
    • O ambiente (falta de estímulo adequado);
    • Condições físicas (hipotonia ou surdez)
  • Percebe que as capacidades verbais são uma das maneiras de solucionar problemas e ajudar os outros.



CORTES TRANSVERSAIS

  • A partir do 3º ano, prefere estar com outras crianças, é generosa e está mais independente dos pais.
  • Seu equilíbrio está mais estático e dinâmico, conseguindo permanecer em posição ortostática (em pé) com os pés juntos por até 30 segundos.
  • Consegue realizar duas ou mais atividades ao mesmo tempo.
  • A coordenação motora reflete na capacidade de construir, copiar e segurar.
  • Nas habilidades sociais, a criança deve estar treinada para ir ao banheiro, compreender a noção de revezamento, brincar com outras crianças, lavar e secar as mãos, usar a colher e colocar os sapatos.
  • Aos 4 anos está sempre disposta a brincar, indica preferências. Instala-se a persistência motora. Fica em um pé, salta em um pé, desenha pessoas com duas partes e acrescenta três partes a um homem incompleto.
  • Mostra-se bem independente nas rotinas da vida doméstica.
  • A partir dos 4 anos, está apta para aprender um novo idioma, o que diminui após os 12 anos.
  • Aos 5 anos o controle motor está bem amadurecido. É capaz de usar a tesoura, pode estar andando de bicicleta, gosta de velocidade e desafios, prefere jogos associativos. A persistência motora se intensifica. Acrescenta 8 partes a um homem incompleto, conta até 10 e escreve o seu nome.
  • Veste-se sozinha, faz o laço do sapato, tem necessidade de praticar esportes, conta uma história longa, nomeia e conhece todas as cores, brinca de vestir-se como adulto (TUDO AOS 5 ANOS).
  • Aos 6 anos, instala-se a noção de direita e esquerda. Consegue andar para trás. Alterna movimentos de mão e pé direitos com os esquerdos.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A CRIANÇA PRÉ-ESCOLAR

ASPECTOS GERAIS

  • A criança está na faixa etária dos 3 aos 6 anos.
  • No desenvolvimento as mudanças físicas são as mais marcantes - crescimento, amadurecimento neurológico e aquisição de habilidades (linguagem e socialização), tornando-a mais independente e com maior capacidade de exploração.
  • É capaz de expressar sentimentos complexos - amor, infelicidade, ciúme e inveja - de forma verbal e não verbal. Mas esses sentimentos são ainda muito auto centrados.
  • Preocupa-se intensamente em ter aprovação e aceitação das pessoas queridas de quem depende.
  • Deve estar pronta para entrar na escola. Domina as tarefas primárias de socialização - controla os esfíncteres, veste-se e alimenta-se sozinha, além de conseguir controlar suas lágrimas e ataques de raiva.
  • Ocorre o surgimento de sentimentos de vergonha e humilhação.
  • Começa a ter consciência da genitália e das diferenças entre os sexos. Brinca de médico e de enfermeira.
  • Demonstra grande ansiedade quanto a ferimentos corporais e doenças. Fase "band-aid".
  • Aos 4 anos é muito curiosa, pergunta tudo, brinca com as palavras, quer saber o significado, é questionadora, dá respostas longas para perguntas simples, aprova alguns comportamentos e outros critica, comenta seus desenhos. É o desabrochar da linguagem.
  • Aos 5 ou 6 anos, a criança consegue mocimentar-se com confiança para todas as direções. Já lava as mãos, o rosto, escova os dentes, sobe escadas com um pé em cada degrau, anda em triciclo e utiliza as mãos para pequenos movimentos (pegar e segurar).
  • As capacidades motoras e a sua estimulação estão relacionadas com a atitude dos pais. Pais muito exigentes ou detalhistas podem interferir negativamente.
  • Nessa idade (5 ou 6 anos) possui a coordenação visomotora para chutar e rebater bolas. É capaz de brincar construtivamente com outras crianças e gosta de blocos para montar.
  • Usa a linguagem eficientemente.

Fenômenos e Objetos Transicionais


A maioria das crianças possuem um objeto transicional (pedaço de pano, cobertor, travesseiro, cheirinho...), que recorrem quando precisam de algum consolo. Esse objeto parece representar um meio passo entre o apego consigo mesma e o apego com o mundo externo.

Algumas crianças se negam a dar certos passos por medo de não estarem preparadas e por acharem esses passos muito mais problemáticos do que prazerosos.

A criança tem medo de perder o amor dos pais se não fizerem o que eles pedem, isso pode causar alguns problemas como ansiedade de separação, transtornos do sono e temores inexplicáveis.

A criança aprende que pode viver momentos difíceis e superá-los. Isso ocorre por meio do vínculo afetivo entre os pais e a criança, que vai internalizando a função de apoio, levando dentro de si a proteção dos seus pais.




QUEM É

(clique no nome para conhecer a sua biografia)


O Objeto Transicional na visão de WINNICOTT:


  • É a área intermediária entre o subjetivo e o objetivo; entre satisfações auto-eróticas e relações objetais.

  • O objeto, geralmente macio, adquire importância, sendo assim, o bebê recorre a este objeto em situações de angústia.

  • Os objetos são pré-simbólicos.

  • Destino do objeto = esquecimento, abandonado progressivamente (a criança não o esquece, mas também não chora por ele).

  • É sobre esta base que se constrói o pensamento simbólico, pois o objeto transicional é a primeira coisa que no bebê já está representando simbólica e subjetivamente a outra coisa.

  • O objeto auxilia na capacidade de espera, tolerância à frustração, reunião com a mãe que não está - ocupa o lugar dela - mas JAMAIS a substitui.

FENÔMENOS TRANSICIONAIS

São mais amplos que os objetos, pois se espalham por todo o território intermediário entre a realidade psíquica interna e o mundo externo (criações artísticas, música, etc.).

Usa-se o termo TRANSICIONAL, não por causa do objeto, mas por causa do uso que se faz dele.



quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Desenvolvimento Emocional e Social

  • Nessa fase a criança começa a conciliar o impulso de ser competente e auto-suficiente com a intensa necessidade de ser querida e protegida por seus pais.
  • Os pais devem ter uma atitude compreensiva e estimulante, pois isso gera a autoconfiança necessária para buscar novos horizontes.
  • Ocorre o afastamento da união simbiótica (a criança percebe que não irá perder a mãe) com a mãe.
  • Fase da constância do objeto = A criança é capaz de manter a representação mental da mãe, mesmo estando longe dela.
  • A idade de 3 anos é a fase adequada para o ingresso da criança na escola maternal. A mãe pode ser substituída sem prejuízos no processo "separação-individuação".

INDIVIDUAÇÃO

São as tentativas do bebê de formar uma identidade individual única para assumir suas próprias características individuais.
Ela acarreta o desenvolvimento de uma representação interior da mãe, uma noção de tempo, uma capacidade de testar a realidade e uma consicência de que os outros possuem uma existência separada em relação à criança.
Possui 4 subfases observáveis e sobrepostas:

  1. Diferenciação = volta a sua atenção para o mundo exterior.
  2. Treinamento = a criança começa a mover-se para longe da mãe (locomoção).
  3. Reaproximação = a criança consegue separar-se e alcançar sua individualidade definitiva (com 18 a 36 meses).
  4. Constância do Objeto = os objetos não deixam de existir porque foram retirados do seu campo de visão (vital para o desenvolvimento do ego e da constância objetal emocional).

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Desenvolvimento Cognitivo e Linguistico

  • Aos dois anos, a criança já fala em torno de 200 palavras, e no início do terceiro ano, ocasialmente, usa frase curtas. Aos três anos, a maioria das crianças fala razoavelmente bem, é capaz de contar uma história simples.
  • A criança está adquirindo maior iniciativa e luta para fazer cada vez mais coisas por si própria, mas continua dependente da mãe ou de alguém que a compreenda verbalmente.
  • O desenvolvimento da linguagem depende muito dos pais, particularmente da mãe. A criança possui uma dependência muito grande da mãe para o entendimento verbal, ocorrendo muitas vezes a criação de uma linguagem entendida só pelos dois.
  • O pensamento da criança, nesse período, é egocêntrico. Isso ocorre porque a criança considera que o seu próprio ponto de vista como o único possível. Ela é incapaz de compreender que certos fenômenos são reversíveis.
  • Aos dois anos, desenvolve um senso de identidade de gênero, mas a identidade sexual só será adquirida na adolescência. Adquire, também, um senso de individualidade e autonomia. Reconhece a si própria no espelho. Incorpora as palavras "eu" e "meu" e usa seu próprio nome para falar de si mesma. Ocorre uma preocupação com o seu corpo, pois passa a reconhecer como algo próprio.
  • É capaz de simbolismo (o brincar de faz de conta). Durante o segundo ano, manipula objetos para reproduzir atos observados nos adultos (imitação / papai e mamãe / casinha).
  • Por volta dos 18 meses, fica inibida na frente de outras crianças, mas aos 2 anos essa reação começa a desaparecer. Aos 3 anos, já consegue se engajar em brincadeiras e usa outras crianças como modelos.
  • A criança fica interessada em explorar violações de regras adultas e eventos que provocam desaprovação nos outros. É o começo de seu senso moral de certo ou errado.

Desenvolvimento Neuropsicomotor das crianças de 1 a 3 anos


  • Entre um e três anos é que a criança aprende a caaminhar sem ajuda. Se consolida entre os 18 e 30 meses. Esse amadurecimento tem como tarefa a de integrar a emoção de explorar o mundo sem a ajuda dos pais, com a sensação de proteção e segurança que deriva da presença deles.
  • É nessa fase que ocorre o treinamento do controle dos esfíncteres, e são necessárias 3 exigências:
    • Deve ser capaz de controlar seu esfíncter anal e uretral. O controle vesical vem antes do controle anal (15 e 30 meses).
    • A criança deve ser capaz de adiar a vontade logo que sente o impulso.
    • A criança precisa dar um aviso a um adulto sobre a vontade de ir ao banheiro.
        PS: AO CLICAR NO TÍTULO DESSA POSTAGEM, O MESMO IRÁ LEVAR A UMA APOSTILA PUBLICADA PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE SOBRE O DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR DE CRIANÇAS.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A CRIANÇA DE 1 A 3 ANOS

  • É ousada e se aventura constantemente. Tem o dom de viver o momento e de maravilhar-se com o cotidiano. É caprichosa, imprevisível e seu comportamento pode ser difícil de compreender e de lidar.
  • Segundo e terceiro ano são caracterizados pela aceleração do desenvolvimento motor e intelectual. Fase crítica para o estabelecimento da confiança básica no "eu" e do senso de iniciativa. Reconhece que os pais são pessoas separadas dela, mas ainda existe uma certa ansiedade.
  • O período de locomoção é o estágio da autonomia X vergonha e dúvida.
Durante o 2º e 3º ano de vida, a criança adquire autonomia, ela aprende a comer sozinha, a controlar o esfíncter anal e a fala.
A fase anal é uma fase marcada por uma dupla oposição, um duplo conflito: por um lado passividade - atividade (evacuar / agradar), por outro, submissão - dominação (reter / agradar).

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O MUNDO DA CRIANÇA

"A educação da criança pequena envolve simultaneamente dois processos complementares e indissociáveis: educar e cuidar. As crianças dessa faixa etária, como sabemos, têm necessidades de atenção, carinho, segurança, sem as quais elas dificilmente poderiam sobreviver. Simultaneamente, nesta etapa, as crianças tomam contato com o mundo que as cerca, através das experiências diretas com as pessoas e as coisas deste mundo e com as formas de expressão que nele ocorrem. Esta inserção das crianças no mundo não seria possível sem que atividades voltadas simultaneamente para cuidar e educar estivessem presentes".
(EDUCAÇÃO INFANTIL PRA QUE TE QUERO? - Carmem Craidy e Gládis E. Kaercher - Ed. Artmed - 2001)


A CRIANÇA DE 0 A 3 ANOS



GRAVIDEZ:

  • Ocorre a ruptura da relação única do casal, pois agora existe uma 3ª pessoa nessa relação - o bebê.

  • Ocorre uma relação muito íntima entre feto e a mãe. O bebê sente o que a mãe sente.

  • Durante a gravidez, o filho já possui uma vida imaginária, um destino marcado pelos pais.
OS PRIMEIROS MESES DE VIDA:

  • O recém nascido mostra uma nítida preferência pelo visual de rostos humanos.

  • Desde as primeiras horas é capaz de olhar e até mesmo voltar a cabeça em direção ao som.

  • A voz humana é capaz de provocar sorrisos, muito mais do que outros sons. Isso ocorre principalmente com o som da voz da mãe.

  • O bebê é capaz de distinguir o cheiro do seio de sua mãe com o de outra mulher.

  • Sente os 4 sabores primários (doce, salgado, ácido, amargo), mas a sua preferência é pelo doce. A audição já perceptível a partir do 5º mês de gestação. Em relação ao olfato, o mesmo já é idêntico ao de um adulto.

  • Nos primeiros dois meses, sua tolerância é limitada com relação aos estímulos sociais. Possui um estado de alerta silencioso por curtos períodos de tempo.

  • A motricidade mais conhecida é do tipo "reflexo"; - sucção (língua), pontos cardeais (orientação em direção ao estímulo).

  • Com dois meses, os ciclos de sono e atividade estabilizam-se os padrões motores mais maduros e a visão mais expandida.

  • Sono = A mãe influencia profundamente a regulação dos estados de vigilância do bebê (são 6 os estados de vigilância: sono calmo, sono REM, sonolência, alerta quieto, alerta ativo e choro). Os estados de vigilância não são somente realidades neurobiológicas, mas também verdadeiras "mensagens" para os pais.

  • O temperamento (diferenças comportamentais) do bebê que é inato e primitivo parece ser biologicamente determinado e é relativamente estável durante os anos pré-escolares, podendo influenciar o desenvolvimento da criança. As diferenças comportamentais são: irritabilidade, consolabilidade, capacidade do bebê de se auto acalmar, intensidade da atividade motora e de sucção nas mamadas. Essas características sãao diferenciadas em cada bebê.

  • Importância do contato de pele entre mãe e bebê desde os primeiros momentos, para que haja um bom desenvolvimento e ajuda na elaboração da perda.

  • O aleitamento no peito, constitui uma das modalidades essenciais da interação mãe-bebê. O bebê não é passivo nessa situação, pois ele intervém na sucção do mamilo, além de se acomodar com movimentos ativos contra o corpo da mãe.

  • ORGANIZADORES PSÍQUICOS = São os sinais que indicam que o bebê atingiu um certo grau de organização interna.

    • Sorriso Social - 2 ou 3 meses = há uma intencionalidade dirigida, ligada aos afetos.

    • Ansiedade ante estranhos - 7 e 8 meses = ligado à ausência da mãe. O bebê desenvolve a capacidade de organizar na memória os fatos e as pessoas do ambiente.

    • Aquisição da Negação - 11 e 13 meses = aumento da autonomia

  • Entre o 3º e o 4º mês ocorrem as mudanças fundamentais na mente e no corpo do bebê. Já conhece a mãe, a ama e a rechaça.

  • Aos 4 meses, inicia-se a atividade lúdica. Capaz de controlar seus movimentos, coordenar o movimento com os olhos e já pode tocar nos objetos com as mãos. Brinca com seu corpo e com os objetos, desaparece através do lençol (são as primeiras experiências de separação).

  • A primeira tentativa de expressão verbal é a produção de sons e a repetição dos mesmos, a escuta e a mudança da sua expressão.

  • Com 4 a 6 meses, o bebê é capaz de sentar. Já consegue se apoderar do que necessita. Reclama com urgência incontrolável a presença dos pais. Chora e fica com raiva quando não é aatendido.

  • O pior medo é o da separação. Sofre verdadeiras depressões.

  • Surge os dentes.