"A educação da criança pequena envolve simultaneamente dois processos complementares e indissociáveis: educar e cuidar. As crianças dessa faixa etária, como sabemos, têm necessidades de atenção, carinho, segurança, sem as quais elas dificilmente poderiam sobreviver. Simultaneamente, nesta etapa, as crianças tomam contato com o mundo que as cerca, através das experiências diretas com as pessoas e as coisas deste mundo e com as formas de expressão que nele ocorrem. Esta inserção das crianças no mundo não seria possível sem que atividades voltadas simultaneamente para cuidar e educar estivessem presentes".
(EDUCAÇÃO INFANTIL PRA QUE TE QUERO? - Carmem Craidy e Gládis E. Kaercher - Ed. Artmed - 2001)
A CRIANÇA DE 0 A 3 ANOS
GRAVIDEZ:
Ocorre a ruptura da relação única do casal, pois agora existe uma 3ª pessoa nessa relação - o bebê.
Ocorre uma relação muito íntima entre feto e a mãe. O bebê sente o que a mãe sente.
Durante a gravidez, o filho já possui uma vida imaginária, um destino marcado pelos pais.
OS PRIMEIROS MESES DE VIDA:
O recém nascido mostra uma nítida preferência pelo visual de rostos humanos.
Desde as primeiras horas é capaz de olhar e até mesmo voltar a cabeça em direção ao som.
A voz humana é capaz de provocar sorrisos, muito mais do que outros sons. Isso ocorre principalmente com o som da voz da mãe.
O bebê é capaz de distinguir o cheiro do seio de sua mãe com o de outra mulher.
Sente os 4 sabores primários (doce, salgado, ácido, amargo), mas a sua preferência é pelo doce. A audição já perceptível a partir do 5º mês de gestação. Em relação ao olfato, o mesmo já é idêntico ao de um adulto.
Nos primeiros dois meses, sua tolerância é limitada com relação aos estímulos sociais. Possui um estado de alerta silencioso por curtos períodos de tempo.
A motricidade mais conhecida é do tipo "reflexo"; - sucção (língua), pontos cardeais (orientação em direção ao estímulo).
Com dois meses, os ciclos de sono e atividade estabilizam-se os padrões motores mais maduros e a visão mais expandida.
Sono = A mãe influencia profundamente a regulação dos estados de vigilância do bebê (são 6 os estados de vigilância: sono calmo, sono REM, sonolência, alerta quieto, alerta ativo e choro). Os estados de vigilância não são somente realidades neurobiológicas, mas também verdadeiras "mensagens" para os pais.
O temperamento (diferenças comportamentais) do bebê que é inato e primitivo parece ser biologicamente determinado e é relativamente estável durante os anos pré-escolares, podendo influenciar o desenvolvimento da criança. As diferenças comportamentais são: irritabilidade, consolabilidade, capacidade do bebê de se auto acalmar, intensidade da atividade motora e de sucção nas mamadas. Essas características sãao diferenciadas em cada bebê.
Importância do contato de pele entre mãe e bebê desde os primeiros momentos, para que haja um bom desenvolvimento e ajuda na elaboração da perda.
O aleitamento no peito, constitui uma das modalidades essenciais da interação mãe-bebê. O bebê não é passivo nessa situação, pois ele intervém na sucção do mamilo, além de se acomodar com movimentos ativos contra o corpo da mãe.
ORGANIZADORES PSÍQUICOS = São os sinais que indicam que o bebê atingiu um certo grau de organização interna.
Sorriso Social - 2 ou 3 meses = há uma intencionalidade dirigida, ligada aos afetos.
Ansiedade ante estranhos - 7 e 8 meses = ligado à ausência da mãe. O bebê desenvolve a capacidade de organizar na memória os fatos e as pessoas do ambiente.
Aquisição da Negação - 11 e 13 meses = aumento da autonomia
Entre o 3º e o 4º mês ocorrem as mudanças fundamentais na mente e no corpo do bebê. Já conhece a mãe, a ama e a rechaça.
Aos 4 meses, inicia-se a atividade lúdica. Capaz de controlar seus movimentos, coordenar o movimento com os olhos e já pode tocar nos objetos com as mãos. Brinca com seu corpo e com os objetos, desaparece através do lençol (são as primeiras experiências de separação).
A primeira tentativa de expressão verbal é a produção de sons e a repetição dos mesmos, a escuta e a mudança da sua expressão.
Com 4 a 6 meses, o bebê é capaz de sentar. Já consegue se apoderar do que necessita. Reclama com urgência incontrolável a presença dos pais. Chora e fica com raiva quando não é aatendido.
O pior medo é o da separação. Sofre verdadeiras depressões.
Surge os dentes.
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