terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

6 ANOS

  • Perde os dentes de leite e o ar de bebê;
  • A visão binocular torna-se normal (antes não possuía condições de focalizar a vista para longe e perto rapidamente);
  • Demonstra maior desenvolvimento motor e acuidade auditiva;
  • Apresenta melhor coordenação dos músculos menores;
  • Possui grande habilidade para pintar, desenhar, modelar e seus trabalhos são realizados com maior observação e cuidado;
  • É muito ativa e está sempre pronta a adquirir novas experiências: cava, trepa, luta e constrói constantemente;
  • Meninos e meninas brincam juntos, mas já começa a ter interesses diferentes: os meninso gostam de arrastar coisas em carros, misturar terra e água, jogar futebol, lutar. As meninas preferem brincar com bonecas, pular amarelinha, brincar de roda;
  • Despende grande energia, mas quase não sente cansaço;
  • Gosta de brinquedos mecânicos e de armar;
  • Preocupa-se com cuidados pessoais: meninos e meninas ficam muito tempo penteando-se, gostam de perfume etc;
  • Já possui muita habilidade para compreender e utilizar a linguagem: gosta de usar palavras novas, mesmo as que não compreende bem;
  • Já é capaz de ouvir com atenção e de esperar sua vez de falar;
  • Tem boa capacidade de argumentação;
  • Relata bem suas experiências e conta história;
  • Concentra-se por tempo mais longo em atividades livres;
  • Desenha, relacionando diversos objetos em cena única e critica seus trabalhos, às vezes inutizando-os;
  • Tem muita imaginação, mas já sabe diferenciar o real da fantasia;
  • É interessada pelos fenômenos da natureza, objetos, notícias atuais (guerra, eleições);
  • Começa a conhecer o valor do dinheiro;
  • Interessa-se pelo tempo: quer saber os dias da semana, tem noção do que significa ontem, hoje e amanhã, mas atrapalha-se com períodos maiores de tempo;
  • É capaz de transmitir recados;
  • Gosta de organizar grupos, estipulando regras;
  • Já tem hábitos de ordem e higiene formados;
  • Organiza-se em grupos cada vez maiores (aproximadamente sete colegas);
  • Os conflitos sãao raros; usa táticas verbais: "é a minha vez", "eu vi primeiro";
  • Precisa da aceitação e da aprovação do grupo;
  • É crítica, mas tem muito senso de humor;
  • Sente-se superior às crianças mais novas;
  • Aumenta sua curiosidade sobre sexo: casamento, gravidez, nascimento;
  • Aprende que há hora apropriada para cada coisa;
  • Fica triste quando é reprovada pelo adulto, mas já pode compreender quando seu comportamento é prejudicial ou inadequado;
  • Tem grande noção de seus direitos e ressente-se de injustiças;
  • Revela amadurecimento completo para a concretização da aprendizagem da leitura e da escrita;
  • É capaz de seguir ordens mais complexas, que incluam a memorização de detalhes em sequência.

5 ANOS

  • Já controla bem melhor sua emoções. É mais contida;
  • À medida que a noção de tempo vai se organizando, vai adquirindo a capacidade de espera;
  • É capaz de decorar canções e repetir grandes trechos das histórias;
  • Nas atividades corporais, age com maior desenvoltura e equilíbrio;
  • Pula bem corda e arco;
  • Equilibra-se em um pé só por alguns segundos;
  • Há o progresso da coordenação motora fina: enfia contas, manuseia ferramentas etc;
  • Ao fazer sua higiene pessoal, escova os dentes e lava-se sem precisar de tanta supervisão;
  • Segura o lápis com mais segurança;
  • Desenha uma figura humana reconhecível, com diferenciação de partes do corpo;
  • Seu desenho é realista e objetivo;
  • Já é capaz de recompor o retângulo com as duas metades de um cartão cortado na diagonal;
  • Preocupa-se em terminar o que começou;
  • Na conversação, conclui o pensamento que iniciou e revela autocrítica;
  • Já conta até dez objetos e faz somas simples dentro desse limite;
  • É ansiosa por conhecer realidades;
  • Já tem ouvido e olho para detalhes;
  • Prefere brincar em grupo;
  • Gosta de construções de casas, garagens, cidades, de fantasiar-se e dramatizar;
  • Começam as diferenças de interesses entre meninos e meninas;
  • Curiosidade pelas diferenças de sexos;
  • Começa a compreender os diferentes papéis que cada sexo desempenha na vida;
  • Possui mais segurança, mais confiança nos outros, mais aceitação das regras sociais, seriedade, persistência, sociabilidade, controle emocional;
  • O grafismo alcança a cena já organizada em conjunto único, o que prova o nível de organização do pensamento e a orientação espacial já estabelecida;
  • Já lida com três atributos simultaneamente, o que significa lidar com abstrações extraídas do material concreto;
  • Ainda está descobrindo as diferenças entre realidade e fantasia;
  • Chega à média de 2.200 palavras;
  • A coordenação olho-mão não é ainda absolutamente perfeita;
  • Começa a compreensão de como uma coisa pode levar à outra, isto é, de causa e efeito, de como as partes podem adaptar-se para formar uma totalidade e da lógica das normas;
  • Já tem a noção de certo e errado;
  • Preocupa-se muito em estabelecer padrões internos de certo e errado;
  • Desenvolvimento da compreesão e poder de raciocínio;
  • Período de grande crescimento longitudinal, que varia de acordo com os antecedentes biológicos;
  • É ágil e possui bom controle muscular;
  • Anda, corre e pula com firmeza;
  • Desenha com segurança; tem bom domínio muscular no manejo de ferramentas simples e em atividades tais como jogos de encaixe e recortes;
  • Aumenta consideravelmente o período de tempo em que é capaz de concentrar-se;
  • Tudo investiga e verifica, formando os próprios conceitos;
  • Tem boa memória;
  • Planeja o que vai desenhar e critica o resultado de seu trabalho;
  • É sensível a certas situações sociais; manifesta mais claramente ansiedades e temores;
  • Identidade firmemente estabelecida (a base do caráter e da personalidade já está assentada);
  • Suas brincadeiras são mais organizadas;
  • Grande parte dos ensinamentos que recebe ocorre sob a forma de jogos, mas isso não pode substituir as brincadeiras;
  • Equilíbrio entre educação e brincadeira é o aspecto crucial dos 5 anos;
  • As atitudes adquiridas em relação à aprendizagem terão efeitos duradouros.

4 ANOS

  • Atingiu a idade para iniciar suas experiências de vida social e grupal;
  • Combinação de independência e sociabilidade;
  • Mostra-se ativa e muito questionadora;
  • Já não procura tanto a proteção do adulto;
  • Há maior interesse pelas atividades que executa;
  • Há intenso prazer na atividade lúdica;
  • Começam as atividades em grupo, preferindo grupos de dias ou três crianças;
  • Já consegue emprestar os seus brinquedos;
  • Ainda é presa a muitos medos: de escuro, de cão etc;
  • Já se veste quase sozinha;
  • Precisa de um pouco de ajuda para abotoar ou dar laços;
  • Sabe usar os sanitários com asseio;
  • Gosta de tomar banho com outras crianças para satisfazer curiosidades que começam a surgir;
  • Chega à média de 1.500 palavras;
  • Já é capaz de pular, mas ainda não pode fazê-lo em sequência, como pular corda;
  • Tem bom equilíbrio;
  • Sente prazer em vencer dificuldades e obstáculos;
  • Maior independência da musculatura das pernas;
  • Pernas, tronco e braços reagem menos em uníssono;
  • Tem coordenação motora mais fina (já consegue enfiar uma agulha de trico em um orifício pequeno);
  • Seus gestos são mais refinados e preciosos;
  • Em seus desenhos já presta atenção a um detalhe isolado;
  • Consegue copiar um quadrado e um círculo, traçar uma cruz;
  • A figura humana consiste de cabeça e dois apêndices e, possivelmente, de dois olhos (raramente as crianças fazem o tronco antes de 5 anos);
  • Há compreensão dos significados de dia e noite, porém é difícil calcular a duração de cada período;
  • Suas idéias estão muito relacionadas com os objetos reais que ela pode ver e tocar.
  • É capaz de encarregar-se de recados simples;
  • Recorta com tesoura, cola e colore, constrói casas com blocos de armar, desenha retratos quase reconhecíveis de pessoas, pode separar core, modelos e tamanhos;
  • Tenta explicar o que não compreende pela magia;
  • À medida que o pensamento se organiza, irá construir cenas (as figuras ainda são isoladas e soltas no espaço, não havendo traço de união ou relação entre elas);
  • Começa a demonstrar possibilidade de reconhecer quantidades pequens (até cinco elementos);
  • Aprecia histórias mais longas, revelando maior preferência pelas de vida real e bichinhos humanizados;
  • Reconhece os nomes dos coleguinhas e nomes de propaganda (Coca-cola, Itaú);
  • Trabalha facilmente com dois atributos simultaneamente;
  • Brincar, características mais típica dessa idade. Apego ao próprio mundo da fantasia;
  • Mostra-se interessada em aprender o que é real em seu mundo e separá-lo do mundo do faz-de-conta da sua imaginação. Suas brincadeiras refletem o modo como ela oscila entre os dois mundos e também a ajudam a compreender a diferença entre eles;
  • Nem sempre os brinquedos preferidos são cópias fiéis de objetos reais, mas sim materiais quaisquer.

3 ANOS

  • É um ser independente em suas relações com o ambiente;
  • Começa a usar o pronome na primeira pessoa ("eu quero");
  • Começa a dissimular, isto é, já é capaz de mascarar suas intenções para obter alguma vantagem;
  • Seu pensamento já estabelece relações e vínculos com experiências anteriores;
  • Gosta muito de atividades motoras;
  • Já se interessa por jogos de armar, de encaixes de formas simples (quadrado, triângulo e círculo) e tem persistência para resolvê-los;
  • Tem bom equilíbrio e progride muito quanto à coordenação motora;
  • Tem senso de ordem - geralmente arranja os blocos em fila, como um trem, ou em quadrados, como casas em disposição simétrica;
  • Ainda não discrimina bem a maioria das cores, mas tem bom sentido de forma;
  • Expressa-se com sentenças completas - três ou quatros palavras;
  • Começa a usar palavras de maneira adulta;
  • Suas explosões emocionais são geralmente breves, mas pode sentir prolongada ansiedade e ciúmes intensos;
  • Sua brincadeira é ainda solitária. É realizada ao lado, paralelamente, mas não com as outras crianças;
  • Já começa a entender o que significa "esperar a sua vez";
  • Continua aprendendo a coordenar os músculos maiores por meio de atividades repetidas;
  • Sobes escadas sem ajuda, alternando os pés;
  • No desenho, encontra-se na fase da rabiscação celular (começam a aparecer as primeiras formas circulares, ainda sem intenção definida);
  • No desenho, seus traços começam a ser controlados, menos confusos e menos repetitivos;
  • Pode ter controle da bexiga durante o dia;
  • Gosta de inventar nomes para pessoas e objetos;
  • Fala sozinha, praticando a linguagem e dando forma à imaginação;
  • Aparecem as dificuldades para a alimentação e para o sono;
  • Aparecem sentimentos de medo;
  • Através da comparação, a criança começa a perceber as diferenças entre muito e pouco; igual, maior e menor; mais e menos; grande e pequeno; fino e grosso; alto e baixo; gordo e magro; em cima e embaixo;
  • Todas as atividades oferecidas devem levar ao uso do próprio corpo para proporcionar os necessários estímulos a descobertas das noções sobre ele mesmo, bem como sua localização no espaço (orientação espacial). As atividades podem ser: escorregar e balançar ou brincadeiras de pulos, saltos, danças e correrias;
  • Brinquedos e materiais devem favorecer toda a sorte de experiências visuais, táteis, olfativas etc..., através da manipulação de objetos: desenho, recorte, colagem, pintura e dramatização.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

CARACTERÍSTICAS GERAIS DE CRIANÇAS DE 2 ANOS

  • Na habilidade manipulativa são observados progressos;
  • Sobe escadas colocando os dois pés em cada degrau;
  • Participa do ato de despir-se e descalçar-se;
  • Rabisca numa folha grande de papel (rabiscação contínua em várias direções);
  • Encaixa cubos de diferentes dimensões;
  • Identifica algumas cores, embora não cite ainda seus nomes;
  • Conta por imitação e memorização, sem que isto signifique compreensão da quantidade;
  • Reconhece pessoas ou objetos vistos cerca de dois meses antes;
  • Forma frase com duas ou três palavras, apresentando grande aumento de vocabulário;
  • Reconhece expressões fisionômicas;
  • Reconhece a mãe em fotografias;
  • É negativista (gosta de "ser do contra", recusar, protestar);
  • Começa a procurar um companheiro para brincar (a convivência com estranhos é útil para seu desenvolvimento socioemocional);
  • Já se interessa por ouvir algumas histórias de livros ilustrados que lhe permitem explorar um mundo maior através do faz-de-conta e da fantasia;
  • O controle dos esfíncteres é gradativamente alcançado;
  • Presença do monólogo infantil em que a criança faz representações combinando as ações com as palavras;
  • Ocorre a imitação dos pais, mostrando isso em brincadeiras caracterizadas pela imaginação;
  • Gasta grande parte do seu tempo fazendo tentativas obstinadas de independência (quer "descobrir" as coisas por conta própria);
  • Rebeldia e tirania - é incontrolável e impulsiva;
  • Suas afeições e ciúmes centralizam-se na família;
  • Desenvolvimento rápido (em todos os sentidos);
  • Absorve muita coisa olhando e imitando, por meio de atividades e das próprias vivências;
  • Ocorre nessa fase o período de maior desafio - período de afirmação, de independência como maior descoberta.

Fonte: Caderno de Orientações - Anual - 2004 - do Colégio Objetivo (Educação Infantil)

domingo, 14 de fevereiro de 2010

AO CONTRÁRIO, AS CEM EXISTEM - Loris Mlaguzzi

"A criança
é feita de cem.
A criança tem
cem mãos
cem pensamentos
cem modos de pensar
de jogar e de falar.
Cem sempre cem
modos de escutar
as maravilhas de amar.
Cem alegrias
para cantar e compreender.
Cem mundos
para descobrir.
Cem mundos
para inventar.
Cem mundos
para sonhar.
A criança tem
cem linguagens
(e depois cem cem cem)
mas roubaram-lhe noventa e nove.
A escola e a cultura
lhe separaram a cabeça do corpo.
Dizem-lhe:
de pensar sem as mãos
de fazer sem a cabeça
de escutar e de não falar
de compreender sem alegrias
de amar e maravilhar-se
só na Páscoa e no Natal.
Dizem-lhe:
De descobrir o mundo que já existe
e de cem
roubaram-lhe noventa e nove.
Dizem-lhe:
que o jogo e o trabalho
a realidade e a fantasia
a ciência e a imaginação
o céu e a terra
a razão e o sonho
são coisas
que não estão juntas.

Dizem-lhe:
que as cem não existem
A criança diz:
ao contrário, as cem existem".

O QUE SE PRETENDE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

A prática da Educação Infantil deve se organizar de modo que as crianças desenvolvam as seguintes capacidades:
  • desenvolver uma imagem positiva de si, atuando de forma cada vez mais independente, com confiança em suas capacidades e percepção de suas limitações;
  • descobrir e conhecer progressivamente o próprio corpo, suas potencialidades e seus limites, desenvolvendo e valorizando hábitos de cuidado com a própria saúde e bem-estar;
  • estabelecer vínculos afetivos e de troca com adultos e crianças, fortalecendo a auto-estima e ampliando gradativamente suas possibilidades de comunicação e interação social;
  • estabelecer e ampliar cada vez mais as relações sociais, aprendendo aos poucos a articular seus interesses e pontos de vista com os demais, respeitando a diversidade e desenvolvendo atitudes de ajuda e colaboração;
  • observar e explorar o ambiente com atitude de curiosidade, percebendo-se cada vez mais como integrantes, dependentes e agentes transformadores do meio ambiente e valorizando atitudes que contribuam para sua conservação;
  • brincar, expressando emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades;
  • utilizar as diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral e escrita) ajustadas às diferentes intenções e situações de comunicação, de forma a compreenderem e serem compreendidas; expressar suas idéias, sentimentos, necessidades e desejos e avançar no seu processo de construção de significados, enriquecendo cada vez mais sua capacidade expressiva;
  • conhecer algumas manifestações culturais, demonstrando atitudes de interesse, respeito e participação frente a elas e valorizando a diversidade.

O ATO DE APRENDER

  • O ato de aprender sempre pressupõe uma relação com outra pessoa - a que ensina - o professor.
  • Aprender sempre é aprender com alguém.
  • O valor da relação entre um professor e seu aluno, não está na informação que é transmitida de um para outro, mas sim nas relações afetivas estabelecidas entre eles (TRANSFERÊNCIA).
No decorrer do período de latência (6 a 12 anos), são os professores e geralmente as pessoas que têm a tarefa de educar que tomarão para a criança o lugar dos pais (cuidadores), e que herdarão os sentimentos que a criança dirigia a este último. Os educadores, investidos da relação afetiva primitivamente dirigida ao cuidador, se beneficiarão da influência que esse último exercia sobre a criança positiva ou netaviva.

A CRIANÇA E O APEGO

Só existe comportamento de apego quando se verifica que além de reconhecer a mãe o bebê comporta-se de modo a manter proximidade com ela.

  • PRIMEIRO ANO = bebê protesta quando é posto no berço e, mais tarde, ao notar que a mãe desapareceu de sua vista. Existem bebês que, quando a mãe sai, estão absortos em alguma outra atividade, mas quando notam a ausência protestam também. Isso leva o bebê a ficar profundamente atento ao paradeiro da mãe, vigiando-a ou, se ela estiver longe da vista, escutando o som de seus movimentos.
  • 11 OU 12 MESES = torna-se apto, ao notar o comportamento da mãe, a prever a partida iminente dela e começar a protestar antes que ela saia. Sabendo que isso acontecerá, muitos pais escondem os preparativos de saída, para evitar protestos.
  • APÓS OS 3 ANOS = a criança torna-se cada vez mais apta a sentir-se segura num lugar estranho com figuras subordinadas de apego = familiar, professora.
  • APÓS OS 4 ANOS (ao longo dos primeiros anos escolares) = quando saem em passeios de mãos com os pais, quando sentem-se magoados por outras crianças buscam os pais ou substitutos. Durante toda latência o comportamento de apego continua sendo um traço dominante na sua vida.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

LATÊNCIA

Período que vai do declínio da sexualidade infantil (5/6 anos) até o início da puberdade, e que marca uma pausa na evolução da sexualidade.

Nesta fase surgem forças psíquicas contrárias que visam suprimir as sensações de desprazer: repugnância, pudor, vergonha, exigências morais. É uma fase de notáveis mudanças psicológicas e sociais com intensa atividade e gasto de energia.
A maneira como se instituiu e se desenvolveu o processo de latência dirá dos processos da puberdade e adolescência.


PUBERDADE


  • É "preparada" nas etapas anteriores da vida e ocorre de maneira natural quando os aparatos estão prontos para enfrentá-la (maturação);
  • Processo de inúmeras transformações físicas e psíquicas;
  • É dolorido, angustiante, difícil, levando a sentimentos de estranheza, solidão, desamparo, desencanto e ansiedades confusionais;
  • Há uma desilusão com relação ao modelo de mundo experimentado na infância e, simultaneamente, uma busca por se realizar e se encontrar.
COMO É A PUBERDADE HOJE?
  • Meninas: as brincadeiras cada vez mais cedo são substituídas por maquiagens, roupas de adolescentes, festas e interesse pelos meninos;
  • Infância encurtou e adolescência se prolongou;
  • Afrouxamento de regras, valores e limites;
  • Adiantamento da idade da menarca (primeira mestruação) em 4 meses/década;
  • Adiantamento da pré-adolescência;
CAUSAS
  • Precocidade nos diferentes aspectos sociais e cognitivos;
  • Forte apelo sexual nos meios de comunicação;
  • Falta de limites claros estabelecidos pelos pais;
  • Delegação da educação para a escola;
  • Marketing (idade que determina o consumo);
  • Convivência e participação na vida dos pais;
  • Indiferenciação de papeis;
  • Acessos irrestritos e ilimitados à TV e Internet - assuntos às vezes acima da capacidade de compreensão cognitiva e emocional;
  • Ambientes familiares permissivos / abandonantes;
  • Preferência por companhias virtuais;
  • Mudanças na família e substituição das funções maternas/paternas;
  • Escolas: novas configurações sociais, cultura da imagem, possibilidades de viver inúmeras experiências indiscriminadamente;
  • Terceirização da Educação;
  • Avanços tecnológicos = velocidade, atendimento sistemático das necessidades imediatas da criança e o desenvolvimento da cultura do prazer - gerando não tolerância à frustração;
  • Fenômeno da juvenilização.
CONSEQUÊNCIAS
  • Pais querendo colocar os filhos na 1ª série prematuramente, o que reverte em problemas emocionais importantes pos etapas são "puladas";
  • Transtornos de aprendizagem, TDAH, transtornos de personalidade, etc;
  • Pais preocupados mas sem saber como agir (proliferação de livros de auto ajuda e programas do tipo Supernanny).
CONCLUSÕES
  • Crianças pressionadas a se "apressarem";
  • Estereotipização de condutas e costumes = pseudo-adultez;
  • Dificuldades nos processos simbólicos;
  • Elevado nível de ansiedade infantil;
  • Poucas brincadeiras;
  • Excessiva preocupação de pais com o sucesso dos filhos - o brincar é preenchido com atividades que preparem para o futuro profissional;
  • Pais cada vez com menos tempos para ouvirem as necessidades reais de seus filhos.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

TEORIAS EVOLUTIVAS (PRÉ-ESCOLA)

  • Para Freud o comportamento é governado por processos conscientes e inconscientes, sendo que o mais elementar deles é a pulsão sexual intintiva e inconsciente, chamada de libido.
  • A libido já está presente ao nascimento e nos acompanha ao longo de toda vida.
  • A personalidade possui uma estrutura dividida em:
    • ID = onde a libido está concentrada;
    • EGO = elemento consciente e executor (se desenvolve dos 2 aos 5 anos);
    • SUPEREGO = instância moral que incorpora as normas e limites da família e da cultura (inicia o seu desenvolvimento um pouco antes da idade escolar).
  • A criança em idade pré-escolar está no estágio fálico (representação do órgão sexual), ou seja a concentração da libido se localiza na região genital, fazendo com que menino e meninas, com toda a naturalidade, iniciem a masturbação.

FREUD E O COMPLEXO DE ÉDIPO

  • É o conjunto de defesas inconscientes que a criança em sua fase fálica desenvolve pela figura parental do sexo oposto.
  • Entre os 3 e os 5 anos, a criança encontra-se em uma relaçãao triangular com os pais, percebendo pela primeira vez que eles têm uma relação a dois, da qual éstá excluída.
  • O menino manifesta um apego excessivo à mãe, passando a ver o pai como um rival.
    • PAI = figura poderosa e ameaçadora. Poder de castração (reprimir ou anular os desejos);
                              Interioriza o poder do pai, seus valores e julgamentos morais. Base para a formação do seu superego.
  • A menina precisa manter uma relação com a mãe, ao mesmo tempo em que compete e se identifica com ela. Ocorre a complexidade das tarefas psicológicas que possui duas fases:
    • 1ª) Em torno dos dois anos e meio aos três anos: é semelhante à do menino, a mãe é o objeto da relação fálica-edípica, e o pai, seu rival/amado.
    • 2ª) Em torno dos 3 anos e meio a 4 anos: o desenvolvimento normal da menina é transferir sua energia e interesse da mãe para o pai.
  • A não resolução desta fase pode levar a fixação ao estado fálico-edípico, causando sintomas mais tarde como histeria e fobias.
  • Para Freud, o menino possui uma natureza bissexual, podendo assim, se comportar com uma atitude feminina e afetiva em relações ao pai e uma correspondente inveja e hostilidade em relação a mãe.

ERICKSON E A INICIATIVA x CULPA

  • Considera que cada estágio do desenvolvimento humano está ligado a uma determinada tarefa social e chamou esses estágios de "psicossociais".
  • O estágio "iniciativa X culpa" é caracterizado pela aquisição de novas habilidades ou capacidades, já que aos 4 anos é capaz de planejar, tomar iniciativas na busca de determinadas metas e ter um domínio maior da linguagem.
  • Alguma culpa é necessáriaa, pois sem ela não haveria consciência ou autocontrole. A culpa em demasia é capaz de inibir a criatividade da criança e suas livres interações com os outros.
  • A chave para uma evolução adequada nesse período está no equilíbrio entre as habilidades e as necessidades emergentes da criança e a capacidade dos pais de protegê-la e de ter controle sobre seu comportamento.

IDENTIDADE DE GÊNERO

  • Para Freud, o desenvolvimento psicológico é o mesmo para ambos os sexos até a fase fálica, quando ocorre a descoberta das diferenças anatômicas pela criança.
  • O conceito de identidade de gênero refere-se a uma configuração psicológica que combina e integra a identidade pessoal e o sexo biológico.
  • A identidade de gênero tem sido definida como a capacidade da criança reconhecer que é membro de um sexo e não de outro.
  • Para Stoller essa consciência é consolidada em torno dos 3 e 4 anos.

O DESENHO DA CRIANÇA PRÉ-ESCOLAR

A FIGURA HUMANA


  • Na transição entre a fase anal e o início da fase pré-escolar, a criança desenha o corpo como um grande saco que contém órgãos soltos dentro do continente que a pele representa.
  • A partir dessa época, o desenho humano começa a ser mais completo com cabeça e olhos, sem outras estruturas faciais.
  • Aos 4 anos, a metade das crianças desenha pernas e pés.
  • Aos 5 anos, inicia o desenho com algum planejamento em mente, e o resultado geralmente é reconhecível.
  • Ao final da fase, espera-se que desenhe uma figura humana completa, o que significa que já apresenta uma melhor noção do se próprio corpo.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DA CRIANÇA PRÉ-ESCOLAR

  • Encontra-se no estágio pré-operacional.
  • Utiliza plenamente a capacidade simbólica. Distingue a imagem daquilo que ela significa.
  • Período de transição entre uma inteligência sem linguagens e conceitos (sensório-motor) e a inteligência representativa (operações concretas e formais).
  • Não segue um raciocínio lógico e não compreende conceitos abstratos.
  • A atenção não contempla dois objetos de uma só vez: centralização.
  • O pensamento pré-operacional é estático: capta estados momentâneos sem juntá-los em um todo.
  • A noção de tempo está relacionada as atividades diárias, não há compreensão de horas ou minutos.
  • Pode culpar-se por conflitos familiares ou por outros eventos completamente fora do seu alcance.
  • Não é capaz de estabelecer fronteiras entre os seus pensamentos e os pensamentos alheios.
  • O animismo consiste em crer que todas as coisas são vivas.
  • Aprende que a linguagem eficaz é imprescindível para o trato social e que seus conceitos não são comuns a todas as pessoas.

LINGUAGEM DO PRÉ-ESCOLAR



  • A criança só falará e entenderá aquelas linguagem a qual for exposta.

  • Forte participação dos mecanismos biológicos e sociais.

  • Todas as crianças seguem a mesma sequência de desenvolvimento.

  • Erros na articulação das palavras não devem ser incentivados, pois isso pode causar uma infantilização.

MOTRICIDADE DA CRIANÇA PRÉ-ESCOLAR


  • O desenvolvimento motor é um processo contínuo e pode ser categorizado como o desenvolvimento da locomoção, da postura e da preensão. A velocidade desse desenvolvimento varia de criança para criança. Pouco estímulo retarda o desenvolvimento e muito estímulo NÃO acelera o desenvolvimento.
  • O refinamento das capacidades motoras, depende, em grande parte, do desenvolvimento do músculos e dos tratos neurais.
  • Outros fatores que auxiliam o desenvolvimento são:
    • A inteligência inata (maior a inteligência, mais rápido ocorre o desenvolvimento);
    • Padrões familiares (atraso na fala e no controle dos esfíncteres);
    • O ambiente (falta de estímulo adequado);
    • Condições físicas (hipotonia ou surdez)
  • Percebe que as capacidades verbais são uma das maneiras de solucionar problemas e ajudar os outros.



CORTES TRANSVERSAIS

  • A partir do 3º ano, prefere estar com outras crianças, é generosa e está mais independente dos pais.
  • Seu equilíbrio está mais estático e dinâmico, conseguindo permanecer em posição ortostática (em pé) com os pés juntos por até 30 segundos.
  • Consegue realizar duas ou mais atividades ao mesmo tempo.
  • A coordenação motora reflete na capacidade de construir, copiar e segurar.
  • Nas habilidades sociais, a criança deve estar treinada para ir ao banheiro, compreender a noção de revezamento, brincar com outras crianças, lavar e secar as mãos, usar a colher e colocar os sapatos.
  • Aos 4 anos está sempre disposta a brincar, indica preferências. Instala-se a persistência motora. Fica em um pé, salta em um pé, desenha pessoas com duas partes e acrescenta três partes a um homem incompleto.
  • Mostra-se bem independente nas rotinas da vida doméstica.
  • A partir dos 4 anos, está apta para aprender um novo idioma, o que diminui após os 12 anos.
  • Aos 5 anos o controle motor está bem amadurecido. É capaz de usar a tesoura, pode estar andando de bicicleta, gosta de velocidade e desafios, prefere jogos associativos. A persistência motora se intensifica. Acrescenta 8 partes a um homem incompleto, conta até 10 e escreve o seu nome.
  • Veste-se sozinha, faz o laço do sapato, tem necessidade de praticar esportes, conta uma história longa, nomeia e conhece todas as cores, brinca de vestir-se como adulto (TUDO AOS 5 ANOS).
  • Aos 6 anos, instala-se a noção de direita e esquerda. Consegue andar para trás. Alterna movimentos de mão e pé direitos com os esquerdos.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A CRIANÇA PRÉ-ESCOLAR

ASPECTOS GERAIS

  • A criança está na faixa etária dos 3 aos 6 anos.
  • No desenvolvimento as mudanças físicas são as mais marcantes - crescimento, amadurecimento neurológico e aquisição de habilidades (linguagem e socialização), tornando-a mais independente e com maior capacidade de exploração.
  • É capaz de expressar sentimentos complexos - amor, infelicidade, ciúme e inveja - de forma verbal e não verbal. Mas esses sentimentos são ainda muito auto centrados.
  • Preocupa-se intensamente em ter aprovação e aceitação das pessoas queridas de quem depende.
  • Deve estar pronta para entrar na escola. Domina as tarefas primárias de socialização - controla os esfíncteres, veste-se e alimenta-se sozinha, além de conseguir controlar suas lágrimas e ataques de raiva.
  • Ocorre o surgimento de sentimentos de vergonha e humilhação.
  • Começa a ter consciência da genitália e das diferenças entre os sexos. Brinca de médico e de enfermeira.
  • Demonstra grande ansiedade quanto a ferimentos corporais e doenças. Fase "band-aid".
  • Aos 4 anos é muito curiosa, pergunta tudo, brinca com as palavras, quer saber o significado, é questionadora, dá respostas longas para perguntas simples, aprova alguns comportamentos e outros critica, comenta seus desenhos. É o desabrochar da linguagem.
  • Aos 5 ou 6 anos, a criança consegue mocimentar-se com confiança para todas as direções. Já lava as mãos, o rosto, escova os dentes, sobe escadas com um pé em cada degrau, anda em triciclo e utiliza as mãos para pequenos movimentos (pegar e segurar).
  • As capacidades motoras e a sua estimulação estão relacionadas com a atitude dos pais. Pais muito exigentes ou detalhistas podem interferir negativamente.
  • Nessa idade (5 ou 6 anos) possui a coordenação visomotora para chutar e rebater bolas. É capaz de brincar construtivamente com outras crianças e gosta de blocos para montar.
  • Usa a linguagem eficientemente.

Fenômenos e Objetos Transicionais


A maioria das crianças possuem um objeto transicional (pedaço de pano, cobertor, travesseiro, cheirinho...), que recorrem quando precisam de algum consolo. Esse objeto parece representar um meio passo entre o apego consigo mesma e o apego com o mundo externo.

Algumas crianças se negam a dar certos passos por medo de não estarem preparadas e por acharem esses passos muito mais problemáticos do que prazerosos.

A criança tem medo de perder o amor dos pais se não fizerem o que eles pedem, isso pode causar alguns problemas como ansiedade de separação, transtornos do sono e temores inexplicáveis.

A criança aprende que pode viver momentos difíceis e superá-los. Isso ocorre por meio do vínculo afetivo entre os pais e a criança, que vai internalizando a função de apoio, levando dentro de si a proteção dos seus pais.




QUEM É

(clique no nome para conhecer a sua biografia)


O Objeto Transicional na visão de WINNICOTT:


  • É a área intermediária entre o subjetivo e o objetivo; entre satisfações auto-eróticas e relações objetais.

  • O objeto, geralmente macio, adquire importância, sendo assim, o bebê recorre a este objeto em situações de angústia.

  • Os objetos são pré-simbólicos.

  • Destino do objeto = esquecimento, abandonado progressivamente (a criança não o esquece, mas também não chora por ele).

  • É sobre esta base que se constrói o pensamento simbólico, pois o objeto transicional é a primeira coisa que no bebê já está representando simbólica e subjetivamente a outra coisa.

  • O objeto auxilia na capacidade de espera, tolerância à frustração, reunião com a mãe que não está - ocupa o lugar dela - mas JAMAIS a substitui.

FENÔMENOS TRANSICIONAIS

São mais amplos que os objetos, pois se espalham por todo o território intermediário entre a realidade psíquica interna e o mundo externo (criações artísticas, música, etc.).

Usa-se o termo TRANSICIONAL, não por causa do objeto, mas por causa do uso que se faz dele.



quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Desenvolvimento Emocional e Social

  • Nessa fase a criança começa a conciliar o impulso de ser competente e auto-suficiente com a intensa necessidade de ser querida e protegida por seus pais.
  • Os pais devem ter uma atitude compreensiva e estimulante, pois isso gera a autoconfiança necessária para buscar novos horizontes.
  • Ocorre o afastamento da união simbiótica (a criança percebe que não irá perder a mãe) com a mãe.
  • Fase da constância do objeto = A criança é capaz de manter a representação mental da mãe, mesmo estando longe dela.
  • A idade de 3 anos é a fase adequada para o ingresso da criança na escola maternal. A mãe pode ser substituída sem prejuízos no processo "separação-individuação".

INDIVIDUAÇÃO

São as tentativas do bebê de formar uma identidade individual única para assumir suas próprias características individuais.
Ela acarreta o desenvolvimento de uma representação interior da mãe, uma noção de tempo, uma capacidade de testar a realidade e uma consicência de que os outros possuem uma existência separada em relação à criança.
Possui 4 subfases observáveis e sobrepostas:

  1. Diferenciação = volta a sua atenção para o mundo exterior.
  2. Treinamento = a criança começa a mover-se para longe da mãe (locomoção).
  3. Reaproximação = a criança consegue separar-se e alcançar sua individualidade definitiva (com 18 a 36 meses).
  4. Constância do Objeto = os objetos não deixam de existir porque foram retirados do seu campo de visão (vital para o desenvolvimento do ego e da constância objetal emocional).

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Desenvolvimento Cognitivo e Linguistico

  • Aos dois anos, a criança já fala em torno de 200 palavras, e no início do terceiro ano, ocasialmente, usa frase curtas. Aos três anos, a maioria das crianças fala razoavelmente bem, é capaz de contar uma história simples.
  • A criança está adquirindo maior iniciativa e luta para fazer cada vez mais coisas por si própria, mas continua dependente da mãe ou de alguém que a compreenda verbalmente.
  • O desenvolvimento da linguagem depende muito dos pais, particularmente da mãe. A criança possui uma dependência muito grande da mãe para o entendimento verbal, ocorrendo muitas vezes a criação de uma linguagem entendida só pelos dois.
  • O pensamento da criança, nesse período, é egocêntrico. Isso ocorre porque a criança considera que o seu próprio ponto de vista como o único possível. Ela é incapaz de compreender que certos fenômenos são reversíveis.
  • Aos dois anos, desenvolve um senso de identidade de gênero, mas a identidade sexual só será adquirida na adolescência. Adquire, também, um senso de individualidade e autonomia. Reconhece a si própria no espelho. Incorpora as palavras "eu" e "meu" e usa seu próprio nome para falar de si mesma. Ocorre uma preocupação com o seu corpo, pois passa a reconhecer como algo próprio.
  • É capaz de simbolismo (o brincar de faz de conta). Durante o segundo ano, manipula objetos para reproduzir atos observados nos adultos (imitação / papai e mamãe / casinha).
  • Por volta dos 18 meses, fica inibida na frente de outras crianças, mas aos 2 anos essa reação começa a desaparecer. Aos 3 anos, já consegue se engajar em brincadeiras e usa outras crianças como modelos.
  • A criança fica interessada em explorar violações de regras adultas e eventos que provocam desaprovação nos outros. É o começo de seu senso moral de certo ou errado.

Desenvolvimento Neuropsicomotor das crianças de 1 a 3 anos


  • Entre um e três anos é que a criança aprende a caaminhar sem ajuda. Se consolida entre os 18 e 30 meses. Esse amadurecimento tem como tarefa a de integrar a emoção de explorar o mundo sem a ajuda dos pais, com a sensação de proteção e segurança que deriva da presença deles.
  • É nessa fase que ocorre o treinamento do controle dos esfíncteres, e são necessárias 3 exigências:
    • Deve ser capaz de controlar seu esfíncter anal e uretral. O controle vesical vem antes do controle anal (15 e 30 meses).
    • A criança deve ser capaz de adiar a vontade logo que sente o impulso.
    • A criança precisa dar um aviso a um adulto sobre a vontade de ir ao banheiro.
        PS: AO CLICAR NO TÍTULO DESSA POSTAGEM, O MESMO IRÁ LEVAR A UMA APOSTILA PUBLICADA PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE SOBRE O DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR DE CRIANÇAS.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A CRIANÇA DE 1 A 3 ANOS

  • É ousada e se aventura constantemente. Tem o dom de viver o momento e de maravilhar-se com o cotidiano. É caprichosa, imprevisível e seu comportamento pode ser difícil de compreender e de lidar.
  • Segundo e terceiro ano são caracterizados pela aceleração do desenvolvimento motor e intelectual. Fase crítica para o estabelecimento da confiança básica no "eu" e do senso de iniciativa. Reconhece que os pais são pessoas separadas dela, mas ainda existe uma certa ansiedade.
  • O período de locomoção é o estágio da autonomia X vergonha e dúvida.
Durante o 2º e 3º ano de vida, a criança adquire autonomia, ela aprende a comer sozinha, a controlar o esfíncter anal e a fala.
A fase anal é uma fase marcada por uma dupla oposição, um duplo conflito: por um lado passividade - atividade (evacuar / agradar), por outro, submissão - dominação (reter / agradar).

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O MUNDO DA CRIANÇA

"A educação da criança pequena envolve simultaneamente dois processos complementares e indissociáveis: educar e cuidar. As crianças dessa faixa etária, como sabemos, têm necessidades de atenção, carinho, segurança, sem as quais elas dificilmente poderiam sobreviver. Simultaneamente, nesta etapa, as crianças tomam contato com o mundo que as cerca, através das experiências diretas com as pessoas e as coisas deste mundo e com as formas de expressão que nele ocorrem. Esta inserção das crianças no mundo não seria possível sem que atividades voltadas simultaneamente para cuidar e educar estivessem presentes".
(EDUCAÇÃO INFANTIL PRA QUE TE QUERO? - Carmem Craidy e Gládis E. Kaercher - Ed. Artmed - 2001)


A CRIANÇA DE 0 A 3 ANOS



GRAVIDEZ:

  • Ocorre a ruptura da relação única do casal, pois agora existe uma 3ª pessoa nessa relação - o bebê.

  • Ocorre uma relação muito íntima entre feto e a mãe. O bebê sente o que a mãe sente.

  • Durante a gravidez, o filho já possui uma vida imaginária, um destino marcado pelos pais.
OS PRIMEIROS MESES DE VIDA:

  • O recém nascido mostra uma nítida preferência pelo visual de rostos humanos.

  • Desde as primeiras horas é capaz de olhar e até mesmo voltar a cabeça em direção ao som.

  • A voz humana é capaz de provocar sorrisos, muito mais do que outros sons. Isso ocorre principalmente com o som da voz da mãe.

  • O bebê é capaz de distinguir o cheiro do seio de sua mãe com o de outra mulher.

  • Sente os 4 sabores primários (doce, salgado, ácido, amargo), mas a sua preferência é pelo doce. A audição já perceptível a partir do 5º mês de gestação. Em relação ao olfato, o mesmo já é idêntico ao de um adulto.

  • Nos primeiros dois meses, sua tolerância é limitada com relação aos estímulos sociais. Possui um estado de alerta silencioso por curtos períodos de tempo.

  • A motricidade mais conhecida é do tipo "reflexo"; - sucção (língua), pontos cardeais (orientação em direção ao estímulo).

  • Com dois meses, os ciclos de sono e atividade estabilizam-se os padrões motores mais maduros e a visão mais expandida.

  • Sono = A mãe influencia profundamente a regulação dos estados de vigilância do bebê (são 6 os estados de vigilância: sono calmo, sono REM, sonolência, alerta quieto, alerta ativo e choro). Os estados de vigilância não são somente realidades neurobiológicas, mas também verdadeiras "mensagens" para os pais.

  • O temperamento (diferenças comportamentais) do bebê que é inato e primitivo parece ser biologicamente determinado e é relativamente estável durante os anos pré-escolares, podendo influenciar o desenvolvimento da criança. As diferenças comportamentais são: irritabilidade, consolabilidade, capacidade do bebê de se auto acalmar, intensidade da atividade motora e de sucção nas mamadas. Essas características sãao diferenciadas em cada bebê.

  • Importância do contato de pele entre mãe e bebê desde os primeiros momentos, para que haja um bom desenvolvimento e ajuda na elaboração da perda.

  • O aleitamento no peito, constitui uma das modalidades essenciais da interação mãe-bebê. O bebê não é passivo nessa situação, pois ele intervém na sucção do mamilo, além de se acomodar com movimentos ativos contra o corpo da mãe.

  • ORGANIZADORES PSÍQUICOS = São os sinais que indicam que o bebê atingiu um certo grau de organização interna.

    • Sorriso Social - 2 ou 3 meses = há uma intencionalidade dirigida, ligada aos afetos.

    • Ansiedade ante estranhos - 7 e 8 meses = ligado à ausência da mãe. O bebê desenvolve a capacidade de organizar na memória os fatos e as pessoas do ambiente.

    • Aquisição da Negação - 11 e 13 meses = aumento da autonomia

  • Entre o 3º e o 4º mês ocorrem as mudanças fundamentais na mente e no corpo do bebê. Já conhece a mãe, a ama e a rechaça.

  • Aos 4 meses, inicia-se a atividade lúdica. Capaz de controlar seus movimentos, coordenar o movimento com os olhos e já pode tocar nos objetos com as mãos. Brinca com seu corpo e com os objetos, desaparece através do lençol (são as primeiras experiências de separação).

  • A primeira tentativa de expressão verbal é a produção de sons e a repetição dos mesmos, a escuta e a mudança da sua expressão.

  • Com 4 a 6 meses, o bebê é capaz de sentar. Já consegue se apoderar do que necessita. Reclama com urgência incontrolável a presença dos pais. Chora e fica com raiva quando não é aatendido.

  • O pior medo é o da separação. Sofre verdadeiras depressões.

  • Surge os dentes.

ALGUNS TEÓRICOS DA EDUCAÇÃO III

  • ANTON MAKARENKO (1888-1939) = O mestre ucraniano concebeu um modelo de escola baseado na vida em grupo, na autogestão, no trabalho e na disciplina, contribuindo para a recuperação de jovens infratores.
  • CÉLESTIN FREINET (1896-1966) = O educador francês desenvolveu atividades hoje comuns, como as aulas-passeio e o jornal da classe, e criou um projeto de escola popular, moderna e democrática.
  • JEAN PIAGET (1896-1980) = O cientista suíço revolucionou o modo de encarar a Educação de crianças ao mostrar que elas não pensam como os adultos e constroem o próprio aprendizado.
  • LEV VYGOTSKY (1896-1934) = A obra do psicólogo ressalta o papel da escola no desenvolvimento mental das crianças e é uma das mais estudadas pela pedagogia contemporânea.
  • ANÍSIO TEIXEIRA (1900-1971) = O educador propôs e executou medidas para democratizar o ensino brasileiro e defendeu a experiência do aluno como base do aprendizado.
  • CARL ROGERS (1902-1987) = Para o fundador da terapia não-diretiva, a tarefa do professor é liberar o caminho para que o estudante aprenda o que quiser.
  • B.F.SKINNER (1904-1990) = Para o psicólogo behaviorista norte-americano, a Educação deve ser planejada passo a passo, de modo a obter os resultados desejados na "modelagem" do aluno.
  • FLORESTAN FERNANDES (1920-1995) = O sociólogo não só refletiu sobre a escola brasileira, apontando seu caráter elitista, como também atuou pessoalmente em defesa da Educação para todos.
  • PAULO FREIRE (1921-1997) = O mais célebre educador brasileiro autor da Pedagogia do Oprimido, defendia como objetivo da escola ensinar ao aluno a "ler o mundo" para poder transformá-lo.
  • EDGAR MORIN (1921) = Sociólogo francês propõe a religação dos saberes com novas concepções sobre o conhecimento e a Educação.
  • MICHEL FOUCAULT (1926-1984) = Por meio de uma análise histórica inovadora, o filósofo francês viu na Educação moderna atitudes de vigilância e adestramento do corpo e da mente.
  • EMILIA FERREIRO (1936) = A psicolinguista argentina desvendou os mecanismos pelos quais as crianças aprendem a ler e escrever, o que levou os educadores a rever radicalmente seus métodos.
  • HOWARD GARDNER (1943) = A idéia de que existem várias aptidões além do raciocínio lógico-matemático, apresentada pelo psicólogo, causou grande impacto nos meios pedagógicos.