quinta-feira, 24 de junho de 2010

AJUDANDO COGNITIVAMENTE NOSSAS CRIANÇAS

Podemos ajudar nossos pequenos dando-lhes nosso APOIO:

1- Mostre como ter suceso: As crianças aprendem observando os outros, especialmente os pais. Seja sempre um modelo positivo e mostre a ele como enfrentar e lidar com situações difíceis, em vez de evitá-las.

2- Compreenda que ele tem um problema e que precisa de sua ajuda: Lidar com preocupações e problemas é difícil, e as crianças às vezes não sabem o que fazer ou aprendem maneiras prejudiciais de lidar com determinadas situações.

3- Seja paciente: As mudanças levam tempo, entao não espere mudanças imediatas. Seja paciente, recompense o sucesso e lembre que recaídas temporárias são comuns. Encoraje seu filho a continuar tentando e a não desistir...Um via ele conseguirá chegar lá!

4- Incentive-o a tentar: As crianças ficam presas em suas antigas maneiras de pensar e se comportar, e precisarão que você as incentive a utilizar suas novas habilidades. Elas também podem achar difícieis algumas partes do desafio.

5- Observe o que ele faz: Seu filho pode estar preso em uma armadilha negativa e ter muita dificuldade para ver as coisas positivas ou bem-sucedidas que acontecem. Observe o que o seu filho faz, como faz e o porque faz e o ajude a descorir as coisas que estão indo bem ou novas formas de fazer a mesma coisa de uma forma diferente. Ajudar seu filho a reconhecer seus sucessos fará com que ele se sinta bem consigo mesmo, mostrará a ele que está fazendo progressos e aumentará a sua confiança em tentar novamente.

6- Recompense e elogie seus esforços: Fique atento para ver quando seu filho pratica e utiliza suas novas habilidades. Cada esforço, cada gesto diferente já é um progresso para as nossas crianças. As crianças geralmente se esforçam mais quando sabem que você está interessada e vai elogiá-las.

7- Converse sobre o que ele faz: Conversar com seu filho pode ajudá-lo a se sentir apoiado e compreendido. Sua auto-estima aumenta quando ele percebe que você está interessada no que ele faz. Conversar sobre as atividades das terapias, os passeios que fizeram, as pessoas que conheceram... Enfim, desenvolver o hábito de conversar, de trocar informações e de apresentar sempre algo novo a elas.

São passos simples de serem seguidos e que nos trazem respostas às vezes lentas, mas também rápidas.

O Cognitivo nada mais é do que estimular um cérebro que está precisando de novos estímulos. Nossas crianças são espertas, vivas e inteligentes e, quanto mais estimuladas, mais rápido a reabilitação.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

APRENDIZAGEM POR PROJETOS DE TRABALHO

Os projetos de trabalho constituem um planejamento de ensino e de aprendizagem vinculado a uma concepção de escolaridade em que se dá importância não só a aquisiçãao de estratégias cognitivas de ordem superior, mas também, ao papel do estudante como responsável por sua própria aprendizagem. Significa enfrentar o planejamento e a solução de problemas reais e oferecer a possibilidade de investigar um tema partindo de um enfoque relacional que vincula idéias-chave e metodologias de diferentes disciplinas.

Os projetos apontam outra maneira de representar o conhecimento escolar, baseado na aprendizagem da interpretação da realidade, orientada para o estabelecimento de relações entre a vida dos alunos e professores e o conhecimento que as disciplinas (que nem sempre coincidem com o das disciplinas escolares) e outros saberes não disciplinares vão elaborando. Tudo isso para favorecer o desenvolvimento de estratégias de indagação. interpretação e apresentação do processo seguido ao estudar um tema ou um problema, que por sua complexidade, favorece o melhor conhecimento dos alunos e dos docentes sobre si mesmos e do mundo em que vivem. (HERNÁNDEZ, 1998)

O trabalho com projetos promove elevado nível de envolvimento do grupo / classe, na medida em que todos estão aprendendo e compartilhando o que aprendem. Ao mesmo tempo, contribui para levar em conta as diferentes possibilidades e interesses dos alunos da aula, a fim de que ninguém permaneça desconectado e de que cada um encontre um lugar para participar na aprendizagem. (ZABALA, 1998)


PROJETO DE TRABALHO É:
  • uma das formas de organização do tempo e do espaço em sala de aula;
  • uma forma de planejamento didático;
  • ter o aluno como protagonista;
  • envolver sempre uma situação-problema e um produto final;
  • naturalmente interdisciplinar, porque oportuniza o estabelecimento de relações entre as diferentes áreas do conhecimento na construção do conhecimento pessoal.
FUNÇÃO DO PROJETO:

O projeto é um espaço de interdisciplinaridade que favorece a criaçãao de estratégias de organização dos conhecimentos escolares e não escolares em relação:
  • ao tratamento da informação;
  • entre os diferentes conteúdos em torno do problema ou hipóteses que facilitam aos alunos a construção do conhecimento, a transformação da informação procedente dos diferentes saberes disciplinares em conhecimento próprio. (Hernández, 1998)

OS PROJETOS DE TRABALHO NÃO SÃO UM MÉTODO
  • O desenvolvimento de um projeto não é linear nem previsível;
  • Não existe uma sequência única e geral para todos os projetos;
  • Não pode ser repetido;
  • Não se ensina do mais fácil para o mais difícil;
  • Questiona a idéia de que se deve começar pelo mais próximo;
  • Questiona a idéia de que se deve seguir a sequência linear dos conteúdos para não criar lacunas no conhecimento;
  • Questiona a idéia de que se deve ensinar das partes para o todo, pois depois o aluno estabelecerá relações;
  • O professor também pesquisa e aprende.

CONSTRUÇÃO DO PROJETO
  • Emergência do problema;
  • Justificativa e relevância do tema - planejamento - percursos possíveis;
  • Busca de respostas em diferentes fontes;
  • Utilizar diferentes procedimentos para escolher as informações relevantes em relação ao problema - pesquisa;
  • Organizar e comunicar / socializar / publicar o conhecimento construído.
O ALUNO DEVE SER O PROTAGONISTA SEMPRE.
O PROFESSOR DEVE SER MEDIADOR E UM PROBLEMATIZADOR.


ORIGEM DOS PROJETOS:
  • Sonhos;
  • Vontades;
  • Necessidades;
  • Expectativas;
  • Relevância;
  • Interesses;
  • Experiências significativas;
  • Outras situações didáticas;
  • Projetos já trabalhados (criação de um link para um outro problema a ser estudado)
  • Projeto em andamento.


REFERÊNCIAS:




BARBIER, Jean-Marie. In: MACHADO, Nilson. Projetos e Valores. São Paulo: Escrituras, 1999

BARBOSA, Maria Carmem. In: Apresentação no Seminário Internacional “Formação de Professores”– Porto Alegre, 2006

FAGUNDEZ;SATO;MAÇADA. Aprendizes do futuro:as inovações começaram.In: Coleção para informática para a mudança na Educação. Disponível em Acessado em jan/2007

HERNÁNDEZ, Fernando. Transgressão e mudança na educação – os projetos de trabalho. Porto Alegre: Artmed, 1998.

JOLIBERT, Josette. Formando crianças leitoras. Porto Alegre: Artmed, 1994

LÜDKE, Menga. O trabalho com projetos e a avaliação na educação básica.In: JANSSEN; HOFFMANN; ESTEBAN. Práticas avaliativas e aprendizagens significativas em diferentes áreas do currículo. Porto Alegre:Mediação, 2003

ZABALA, Antoni. A prática educativa – como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998

COMO REALIZAR UM RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO

O que é um relatório de avaliação?
  • Documento que ilustra a história de vida da criança no espaço pedagógico, sua permanente interação com os vários objetos de conhecimento e com os outros;
  • Revelador de trajetórias individuais, peculiaridades, curiosidades, avanços e dificuldades, tentativas de superação, novas conquistas, respeitando as diferenças, postas em evidência, não em comparação;
  • Dinâmico, pois sua característica é um vir a ser natura da criança;
  • Revelador das intervenções do professor como mediador do processo.
O que NÃO devem ser relatório de avaliação?
  • Não devem ser instrumentos burocráticos;
  • Não devem servir para satisfazer os pais em sua necessidade de controlar o trabalho da escola com seu filho;
  • Não devem ser elaborados numa mesma sequência para todas as crianças;
  • Não devem comparar atitudes evidenciadas;
  • Não devem reproduzir fichas de comportamento;
  • Não devem ser estáticos, revelando o que a criança é ou deixa de ser.
Perguntas possíveis para um olhar avaliativo:
  • De onde a criança partiu?
  • Quais foram suas conquistas? Contextualização?
  • Que caminhos percorreu para fazer estas descobertas?
  • Quais suas perguntas, dúvidas, comentários?
  • Como reagiu diante dos conflitos emocionais ou cognitivos?
  • Qual o papel do professor nesses diferentes momentos?
  • Como as crianças se referem ao seus próprios avanços e ao trabalho que desenvolvem?
  • Como os pais se referem ao desenvolvimento da criança e ao trabalho da escola?

COMO ORGANIZAR OS MATERIAIS FEITOS PELAS CRIANÇAS?


PORTFÓLIO

Caixa ou pasta que recolhe os materiais produzidos pelas crianças através de variadas modalidades de expressão durante um período de tempo. Os materiais são periodicamente analisados com as crianças e com os pais discutindo os progressos, as áreas onde se deve trabalhar para ampliar as potencialidades das crianças e lançar novos desafios.

O portfólio é:
  • Estratégia de avaliação;
  • Reconstrução do processo de aprendizagem do aluno;
  • Conjunto de diferentes tipos de documentos elaborados e organizados pelo aluno;
  • Espaço revelador dos conhecimentos construídos pelo aluno ao longo do tempo do projeto;

Para uma leitura mais teórica:

DOCUMENTAÇÃO PEDAGÓGICA II

OBSERVAÇÃO

Através da observação, ferramenta básica neste aprendizado da construção do olhar sensível e penetrante que envolve...
... atenção e presença;
... escuta de silêncios e de ruídos;
... ouvir o que o outro fala;
... ver o aluno real;
... "estudar a si próprio, a realidade, o grupo, à luz da teoria que nos inspira" (Piaget).


REGISTRO

Para Madalena Freire o Registro é:

"Escrever compromete mais do que falar. Escrever deixa marca, registra pensamento, sonho, desejo de morte e de vida.
Escrever dá trabalho porque organiza e articula o pensamento na busca de conhecer o outro, a si , o mundo.
Ensolve, exige exercício disciplinado de persistência, resistência, insistência, na busca do texto verdadeiro...".

Escrever é refletir e não existe um modelo de reflexão.
Cada educador tem a sua marca, o seu modo de registrar
o seu pensamento.


REFLEXÃO

Instrumento dinamizador entre a prática e a teoria.

A reflexão, o registro do pensamento envolve a todos: criança, professor, orientador. Cada um no seu espaço diferenciado, pensa, escreve a prática e faz teoria, onde o registro da reflexão, concretização do pensamento, é seu principal instrumento na construção da mudança e apropriação de sua história.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

DOCUMENTAÇÃO PEDAGÓGICA - CONTEÚDO E PROCESSO

A documentação pedagógica é um instrumento vital para a criação de uma prática pedagógica reflexiva e democrática e tem um papel importante na construção dos significados dos educadores sobre sua ação docente e tomar decisões sobre o que está acontecendo. Ela se constitui em conteúdos (material) e processo (uso reflexivo deste material).

TIPOS DE DOCUMENTAÇÃO PEDAGÓGICA
  • Auto-avaliação;
  • Relatórios narrativos de acompanhamento das crianças e relatórios narrativos de estudos realizados - imagens, desenhos e textos;
  • Diário de Campo;
  • Diário de Aula;
  • Anedotários;
  • Livro da Vida ou da Memória do grupo;
  • Planilhas;
  • Entrevistas;
  • Debates ou conversas;
  • Releitura coletiva do trabalho;
  • Coleta de amostras do trabalho;
  • Fotografias;
  • Diários de aprendizagem;
  • Gravações (vídeo e som);
  • Análise individual ou em grupo dos diferentes registros;
  • Depoimentos de pais;
  • Extratos de diferentes registros;
  • Comentários dos colegas.

A DOCUMENTAÇÃO PEDAGÓGICA...

... auxilia na construção de significados coletivos;
... torna o trabalho pedagógico visível e tema para debate democrático;
... pretende entender o que está acontecendo no trabalho pedagógico e o que a criança é capaz de fazer sem qualquer estrutura pré determinada de expectativas e normas;
... precisa ser co-construída com o grupo de alunos;
... cria um espaço de interlocução com as famílias sobre a criança, seu desenvolvimento e suas aprendizagens;
... sempre nos diz algo sobre como construímos a criança e nós mesmos como pedagogos, por isso ela estará aberta a discussão e a mudança.

AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

O significado que damos à avaliação está vinculado às nossas concepções, de educação infantil, de teorias de desenvolvimento e de abordagens do processo educativo que delas se originam.

CONCEPÇÃO COMPORTAMENTALISTA
  • Aluno sujeito passivo;
  • Professor centro do processo - atividades planejadas pelo professor como ponto de partida e de chegada para a aprendizagem da criança.
AVALIAÇÃO
  • Constatação e registro dos resultados alcançados pelas crianças, a partir das ações dirigidas pelo professor - comportamentos ou capacidades finais (produto);
  • Listagem de comportamentos uniformes, padronizados (não à diversidade) - comparação / classificação;
  • Observação do desenvolvimento da criança fragmentado em áreas: cognitivo / afetivo / psicomotor (fichas de avaliação / pareceres descritivos);
  • Função compensatória da avaliação - prepara para a 1ª série.


CONCEPÇÃO CONSTRUTIVISTA

  • Aluno sujeito ativo que constrói o conhecimento na interação com o objeto do conhecimento;

  • Ponto de partida não é a atividade planejada pelo professor mas a ação da criança sobre ela - a partir da observação e reflexão das suas reações, tentativas, limites e possibilidades, a professora planeja a ação pedagógica, problematizando a ação conhecedora de seus alunos.


CONCEPÇÃO SOCIOINTERACIONISTA

  • Aluno sujeito que constrói o conhecimento através da interação com os outros;

  • A criança transforma as informações que recebe de acordo com as informações e conhecimentos por ela já adquiridos em situações vividas com os outros parceiros - importância das pistas do professor / grupo.


AVALIAÇÃO MEDIADORA

Assumir tais concepções - construtivista e/ou sociointeracionista - implica o abandono da postura de avaliação direcionada para a constatação e registro dos resultados alcançados pela criança, representado por listagens de comportamentos uniformes, padronizados, a partir das ações dirigidas pelo professor.

A ênfase passa a ser a busca de enstratégias para medir a ação da criança, favorecendo-lhe desafios, tempo, espaço e segurança em suas experiências.


PRINCÍPIOS PARA UMA AVALIAÇÃO MEDIADORA

  • Democratizar e criar espaços de participação;

  • Avaliar cotidianamente e não apenas em situações formais;

  • Avaliar todo o processo e não apenas o produto final;

  • Alterar a postura frente ao erro;

  • Trabalhar coletivamente a avaliação (pontos de vista);

  • Utilizar diferentes instrumentos para construir o olhar sobre o desenvolvimento e aprendizagem das crianças;

  • Respeitar o princípio de atenção à diversidade;

  • Verificar os esquemas cognitivos, sentimentos, interesses, predisposições, habilidades e as capacidades das crianças;

  • Centrar naquilo que as crianças são capazes e não no que lhes falta.

CARACTERÍSTICAS DA AVALIAÇÃO MEDIADORA

  • Espontânea (sem ser espontaneista);

  • Provocativa;

  • Desafiadora;

  • Questionadora;

  • Problematizadora;

  • Respeitadora.
O professor investigador é aquele que amplia o seu olhar e que cria contextos da aprendizagem para todos e para cada aluno.

Para Jussara Hoffmann, o professor torna-se investigador da história e das conquistas de cada criança e promovedor de um ambiente de confiança onde cada um de seus passos, avanços e dificuldades são observados, valorizados e repercutem em ações educativas desencadeadoras de novos conhecimentos.


AVALIAÇÃO MEDIADORA E PLANEJAMENTO

Um processo avaliativo mediador, baseado na investigação do cotidiano, não entra em sintonia com...

  • um planejamento rígido, com atividades elaboradas pelo professor, com rotinas inflexíveis, temas previamente definidos, sem levar em conta os conhecimentos prévios das crianças;

  • um planejamento com uma postura espontaneista, de improvisação, onde as atividades tem um fim em si mesma.
Para Madalena Freire, o planejamento nasce da avaliação. Pensa-se o passado e o futuro para a construção do presente.

ESTAS DUAS POSTURAS SÃO REFLEXO DE TRADIÇÕES AVALIATIVAS
NA EDUCAÇÃO INFANTIL